segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Passageiro



                                                    Foto por: Catherine Ashmore / ENO


O hall do teatro Coliseu de Londres estava lotado poucos minutos antes e devido ao desempenho Inglês National Opera teve um público variado lotando os lugares num salão elegante. Além da ópera, havia gente elegantemente vestida e também um grande número de jovens em T-shirts, assim como turistas carregando sacolas de suas últimas compras. A orquestra começou a afinação de seus instrumentos e a cortina preta rasgada, marcada com manchas de ferrugem foi levantada. No palco foram visto trilhos de trem e bancos lotados em preto desbotado.


O público não tinha vindo para ouvir um desempenho clássico ou uma ópera repleta de luz com a música cativante, mas para ver "The Passenger" ( O Passageiro) uma ópera que sobre  Auschwitz. 


 

Vozes das mulheres encantadoras cantou sobre a SS, enquanto o coro armou-se alto sobre Auschwitz. The Passenger foi a maior produção do ano.







A história da ópera, baseada em um livro de Zofia Posmysz, uma mulher católica polonesa que sobreviveu três anos no campo da morte, é sobre um sobrevivente de Auschwitz e um guarda que se encontram no convés de um navio de cruzeiro título para o Brasil.

Agora que a temporada acabou e mais de 15.000 pessoas viram a ópera, pode-se dizer que esta foi a produção do ano. Mesmo na sala de espera já se podia ouvir os argumentos entre aqueles que eram a favor da produção e aqueles que tinham dificuldade em engolir, enquanto a imprensa britânica realizou um grande debate sobre ele.

A história é uma de sobrevivência, de sentimentos de amor, culpa e sofrimento. No desempenho que participei, os membros da audiência ficaram coladas aos seus lugares, ouvindo a música desconhecida. “É interessante, mas eu teria preferido que a música era mais acessível disse um membro da plateia sentada perto de mim”. Afirmou Shaul Adar que publicou a matéria no jornal israelense Haaretz.

A ópera, que deverá chegar a Israel em 2013, também recebeu críticas mistas na imprensa britânica.
Muitos críticos descreveram como uma obra-prima, chamando-a de uma forma mais corajosa de lidar com o significado do Holocausto. Mas outros argumentaram que foi um fracasso devastador ou uma desgraça, e duvidavam que se realmente teria sido possível um guarda do campo de concentração sentir dores de culpa.





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