segunda-feira, 5 de abril de 2010

Massada


Massada
Símbolo da Liberdade Judia
Este monte rochoso situa-se na costa ocidental do Mar Morto, e foi cenário de um dos episódios mais dramáticos da história judaica.



Este rochedo havia sido fortificado por Herodes como um lugar de refúgio. Rodeado de muros cujo perímetro era de sete estádios, trinta e sete torres ligadas a cômodos espaçosos. Naquela fortificação havia trigo para vários anos, óleo e vinho. Toda espécie de legumes e tâmaras. Herodes também mandou cavar muitas cisternas na rocha para reter a água da chuva, devido a escassez.

Quando Eleazar Ben Yair chegou aquele lugar encontrou também armar de todas as espécies que dariam para dez mil soldados. Havia também grande quantidade de ferro, cobre e chumbo. Ali, um grupo de homens formados por uma seita de zelotes, cujo ideal era a libertação pela força, fixaram residência com suas famílias e resistiram por 3 anos. Não vendo outra saída além da morte, decidiram tirar a própria vida a submeter-se a tirania romana.

O cerco e queda de Massada

A única fonte histórica para o episódio é a obra do judeu romanizado Flavio Josefo, "Guerra dos Judeus". Entretanto, os historiadores modernos concordam que realmente um grupo de Zelotas matou a si e às próprias famílias e incendiou algumas construções em Massada.

Quando os zelotas tomaram a fortaleza em 66, após eliminar uma coorte da Legio III Gallica ali estacionada, encontraram um bem sortido estoque de armas, bem como quantidade de ferro, bronze e chumbo para o fabrico de armas e munição. Os armazéns estavam completos com grãos, óleos, tâmaras e vinho; as hortas forneciam alimentos frescos; os canais, escavados na pedra de calcário, coletavam e conduziam as águas pluviais para grandes cisternas subterrâneas, com capacidade superior a 200 mil galões.

Na Primavera de 73, a fortaleza encontrava-se ocupada por 960 zelotas, incluindo mulheres e crianças, sob o comando de Eleazar ben Yair. Outro comandante zelota, um dos envolvidos na defesa de Jerusalém, era Judas, que havia retirado para Masada após a queda de Jerusalém.




A guarnição vinha resistindo por dois anos a um assédio das legiões romanas, constituindo-se no último foco de resistência judaica.



Nesse momento, o governador romano, general Flavius Silva, reassumiu as operações militares no sul da Judéia. Em fim de março, à frente da Legio X Fretensis, marchou de Jerusalém para o Mar Morto.





As tropas tomaram posição diante de Masada, passando a construir oito acampamentos de campanha na planície do lado Oeste da elevação. Foi principada ainda uma muralha de circunvalação ao redor de Masada, com cerca de três metros de altura, que se estendia por mais de duas milhas de comprimento, amparada por fortes e torres.

No lado Oeste, 137 metros abaixo do topo de Massada, e separado por um vale rochoso, havia um promontório chamado de Penhasco Branco. Os engenheiros militares romanos decidiram que, a partir desse promontório, seria construída uma única rampa para o topo do monte, iniciando-se a movimentação de terras.

A rampa assim construída, apresentava uma base de 210 metros. Em pouco tempo alvançou os 100 metros de altura e, em sua extremidade foi montada uma plataforma de 22 metros de altura por 22 de largura. Em seguida, uma torre de cerco de 28 metros de altura foi posicionada contra a muralha. Do seu alto, os artilheiros romanos faziam disparos com os escorpiões e balistas, enquanto que na sua base, um aríete golpeava a base da muralha.


Quando a muralha foi rompida, os legionários que penetraram pela brecha constataram a existência de uma segunda muralha, interna. Ao atacá-la, por sua vez, com o aríete, constatou-se que esta fora construída com vigas de madeira alternadas com pedra, técnica que absorvia os golpes de aríete. Desse modo, a 2 de Maio, promoveu-se o incêndio desta muralha, iniciando-se os preparativos para o assalto final no dia seguinte.

Enquanto isso, na fortaleza, os zelotas acompanhavam os preparativos romanos, constatando a iminência do assalto romano. Durante a noite, decidiram que preferiam morrer a ser escravizados ou mortos pelos romanos. Sacrificaram assim as mulheres e crianças, e depois os próprios defensores, até que restaram apenas dez e o comandante Eleazar ben Yair. Tiraram sortes para ver qual deles sacrificaria os demais. Após cumprir a sua tarefa, o último homem ateou fogo ao palácio, e lançou-se sobre a própria espada, ao lado da família morta.

Na manhã do dia 3 de Maio, os legionários ultrapassaram a brecha aberta na muralha interna, encontrando a fortaleza em silêncio. Chamando os rebeldes à luta, apresentou-se uma anciã seguida por uma mulher jovem, parente de Eleazar, e cinco crianças pequenas, que haviam se escondido em um dos condutos de água subterrâneos.

Estava encerrada assim a Primeira Revolta dos Judeus.

No sítio de Masada foi erguida uma igreja ortodoxa no séculos V e VI. Depois disso, o local permaneceu em estado de abandono até à criação do Estado de Israel, após a Segunda Guerra Mundial.

O sítio foi objeto de uma extensa campanha arqueológica, entre os anos de 1963 e 1965, coordenada por Ygal Yadin, com a colaboração de centenas de voluntários provenientes não apenas de Israel, mas de todo o mundo.

Atualmente encontra-se aberto à visitação pública, com acesso pelo lado Sul, a partir da estrada de Bersheva. No local há estacionamento para veículos e um teleférico para acesso ao alto do monte. Para os mais aptos, a subida é gratuita pelo antigo "Caminho da Cobra", a primitiva trilha que percorre a encosta.


O suicídio coletivo é reprovado por alguns, mas no decorrer dos anos a história adquiriu um novo significado. Massada converteu-se num símbolo da dignidade de um povo e a inspiração para a reconstrução de um país: Israel.

Liderados por Eleazar, seus seguidores abraçaram esposas e filhos e em nome da liberdade, lançaram mão de suas próprias e com suas espadas e tiraram a vida um por um. O último sobrevivente ateou fogo ao seu corpo e morreu. “Quando o exército romano escalou a montanha deparou-se com um amontoado de cadáveres. Os judeus estavam destruídos, não pela força da espada de seus inimigos, não pela sede ou pela fome, mas em fidelidade aos seus ideais”.

Soldados israelenses fazem um juramento nas ruínas da fortaleza, confirmando seu amor à pátria e seus votos de fidelidade:

- “Massada nunca mais cairá!”

A história do povo de Israel não termina aqui!

Marion Vaz

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Massada

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