quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Tu BiShvat – Dando continuidade a vida

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Vento do Leste  - A primeira imagem que me vem ao ler esta frase é da passagem bíblica de Êxodo em que os hebreus haviam saído do Egito e estavam a caminho da Terra Prometida. Durante o percurso enfrentariam muitas dificuldades, mas a primeira era sem dúvida o Mar Vermelho. Clamando a D-us por um livramento, o Eterno mandou Moisés avisar ao povo que era hora de marchar. Mas como? Com aquela imensidão de águas a sua frente, o deserto em volta e Faraó e seu exército vindo numa emboscada? Foi então que D-us mandou um vento do leste que sobrou a noite toda. Naquela manhã os hebreus atravessaram o mar a pés enxutos e as águas eram como muros a sua esquerda e a sua direita (Ex 14.21-22).

Interessante que ao ler um artigo no Jerusalém Post sobre o incêndio que abalou o norte do país de Israel no final do ano passado, sendo Haifa fortemente atingida, o autor usou o mesmo termo afirmando que um vento do leste acelerou as queimadas alastrando as chamas. 

Incêndios em Haifa, 24 de novembro de 2016 (AVSHALOM SASSONI)

Magen David Adom respondeu em todo o país. (Foto: Magen David Adom)

Um avião de combate a incêndios deixa cair o fogo-retardador durante um incêndio, perto do assentamento comunal de Nataf, perto de Jerusalém 23 de novembro de 2016. (Reuters)


Os incêndios, na sua maior parte devido à temperatura, os ventos fortes e o calor intenso causaram cerca de 520 milhões de dólares em prejuízos e danos a propriedades, além de feridos e dezenas de milhares de pessoas que tiveram que abandonar suas residências. Cerca de 32.000 de hectares de florestas naturais foram destruídas. Contabilizado os prejuízos é hora de recomeçar, de reestruturar parques e jardins, moradias e a vida parece voltar ao normal (ou quase) e muitos dos residentes já estão de volta em suas casas dois meses depois.

Nada mais apropriado para este reflorestamento do que a festividade de Tu BiShvat. O plantio de árvores no território vem de longa data. Representantes do Movimento Sionista achavam que o reflorestamento era uma obrigação sagrada. No artigo Israel planta árvores você vai entender isso muito bem e que plantar árvores faz parte do renascimento pátrio e espiritual. Em Israel Verde posso afirmar o reflorestamento como um milagre do Eterno.

Tu BiShvat não é apenas mais uma festividade, mas faz parte da cultura judaica, de uma reconstrução (não que tenha que ter incêndio todo ano). Mas a primeira árvore da Floresta dos Defensores que cerca Jerusalém foi plantada por David Ben Gurion, o que serviu de exemplo para todos os demais. 

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Penhascos de Gilboa

movimento Marching Together to a Shared Future é uma ONG cujo objetivo é promover a coexistência entre judeus e árabes no Estado de Israel.


O próprio D-us afirmou que Israel era uma terra boa, terra de trigo e cevada, vinhedos, terra de figueiras e romeiras e oliveiras (Dt. 8.8). E assim como o homem é comparado a uma árvore que precisa dos quatro elementos básicos da natureza: solo, ar, água e calor do sol, para sobreviver física e espiritualmente às adversidades da vida, estar ligado a sua cultura e a sua Comunidade é como ter raízes fincadas no solo.

O Ano Novo das Árvores traz algo mais profundo do que se pensa. Não estamos plantando árvores para nós mesmos e sim para as próximas gerações. E assim temos certeza que estamos dando continuidade a vida.



Marion Vaz






quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Aliah – A Nova Face de Israel

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A Lei do Retorno é uma legislação de Israel que estipula que todo judeu pode fazer Aliá (Imigração Judaica), dá legalidade aos judeus de qualquer parte do mundo que desejam morar no país e se naturalizar israelense.

As duas primeiras ondas de imigração aconteceram em 1882 e 1914, depois entre 1919 e 1939, e em 1945 e 1948 trazendo também os sobreviventes do Holocausto. Embora o deslocamento de judeus para Israel seja algo constante na História, a Aliá proporcionou cerca de 27.403 pessoas a se estabelecer em Israel em 2016 vindas de todas as partes do mundo. Em 2015 foram mais de 31.000 olim.

Esta estratégia, se assim podemos chamar, que muda consideravelmente a face do país, tem muitos pontos positivos e alguns negativos. Por quê? Cada Olim chega ao país com sua bagagem e é natural que nos primeiros meses haja um desconforto em relação à nova terra, idioma, costumes, hábitos alimentares, normas de comportamento e para alguns a adaptação é lenta. E quando falamos em bagagens, não estamos nos referindo às roupas, objetos pessoais e sim aquela gama de conceitos do país de origem.

O que se pode perceber através dos vídeos expostos no You Tube, nos textos Online, nos artigos de blog que existe certo receio em se criar raízes. Algumas pessoas estão em Israel há mais de 10 anos e simplesmente não se adaptaram ao clima, por exemplo. Em depoimento em vídeo um Olim declarou que não gosta do Shabat (?) porque as lojas fecham... Como assim? É nítida a nostalgia em algumas declarações. Em outras áreas fazem dezenas de elogios ao povo, a terra, a segurança, que em Israel se vive melhor, mas... Tem sempre um mas na história.

Então de um lado temos os imigrantes tentando se adaptar, se ajustar, se envolver e do outro temos os "sabra" aqueles que nasceram em Eretz Israel.

Com relação ao Olim brasileiro, cerca de 672 pessoas fizeram Aliá em 2016 e 497 em 2015, então a perspectiva é que esse número cresça a cada ano. O que me incomoda é o que estão levando na bagagem. Li um texto recentemente de alguém que já está no país há muitos anos que fortaleceu os meus temores em relação à nova Face de Israel.

A ideia de um país com totalidade judaica que preserve o sentimento sionista, as tradições, o conceito de religiosidade centrado na existência de um Único D-us, não pode ficar comprometida. Este aglomerado de conceitos de nacionalidades diferentes que desce no aeroporto de Ben Gurion – Tel Aviv, não pode ser detectado pelas máquinas. A visão sociocultural pós-moderna embutida no sentimento que vai aflorar com o tempo pode ser transparente nas entrevistas ou nos questionários da The Jewish Agency ? O que podemos perceber é que em alguns casos a pessoa que imigrou para Israel não se identificou com a terra, não criou raízes.

Uma prova disso está nos argumentos da criação de um estado palestino, defendido por quem imigrou há pouco mais de 10 anos para Israel. Outro problema diz respeito à religiosidade e muitos judeus se declarem não religiosos (ou sem religião – ateu) embora apreciem a devoção em algumas festividades (?). Chegaremos ao ponto de Juízes 2.10 “e levantou uma geração que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel”? O que está acontecendo com a sociedade israelense? Quais são os seus valores imediatistas?

É visível que muitas cidades/bairros sejam conhecidas por sua população religiosa, enquanto outras cidades sejam rotuladas de laica, moderna, onde a vida secular se distancia da religiosa. Não estou criticando o país, cujo desenvolvimento em muitas áreas supera todas as expectativas! Mas é preocupante que a Aliá, que promove o crescimento da população judaica no território israelense venha a ser também o veículo usado pelo Olim que não tem comprometimento com a terra, com a cultura, com os valores do passado, que manifesta sua opinião com base no contexto sociopolítico do país de origem. Quem quer a criação de outro estado no território israelense nem precisa sair do Brasil! Aqui tem pelo menos 26 Estados que a pessoa pode escolher para viver! (risos)

A nova face de Israel pode decidir o futuro da nação.ou irromper problemas mais sérios e comprometer a sobrevivência do povo e as conquistas territoriais. A fé que impulsionou os antigos a romper barreiras e acreditar nas promessas de D-us para o seu povo dever ser preservada. Israel é uma nação forte e em pleno desenvolvimento, uma nação que não se deixa intimidar por ações ou “resoluções” estabelecidas por outros países. Queremos ser um povo obstinado em defender ideais, nosso maior patrimônio - a terra! 

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Então você que está na fila da Aliá repense suas prioridades, seus conceitos antes de entrar no avião.



Marion Vaz