sexta-feira, 27 de maio de 2011

As Velas do Shabat



O acendimento das velas no shabat é  um costume que advém desde os tempos bíblicos, quando se acredita que a matriarca Sara acendeu uma lamparina que ardeu miraculosamente de Shabat a Shabat. Rebeca, por sua vez,  recitava a bênção sobre a mesma lamparina.  Assim, esta é a tradição de 3700 anos que as mulheres judias observam  na chegada do Shabat, trazendo mais luz ao mundo. 









À hora do acendimento das velas sempre foi um momento muito especial. Através das gerações, a mulher judia elegeu este momento para recitar uma oração pessoal, pedindo saúde, bem-estar físico e espiritual para sua família. Pois a base da vida judaica é a vida no lar, pelo acender das velas introduzem-se no ambiente da casa a santidade do Shabat.




Compreendemos porque as mulheres piedosas de todas as épocas cuidaram tão escrupulosamente desta Mitzvá. Seus candelabros lhes eram mais preciosos que as jóias e preparavam-se a tempo para a hora de receber o Shabat: a casa estava impecável, os alimentos de Shabat antecipadamente prontos, a mesa arrumada com belos talheres e louças e toda a família vestida com suas melhores roupas. 




Cada aspecto colaborava para que a luminosidade do Shabat fosse perfeita. Este brilho que iluminou os lares judaicos de semana a semana através dos anos, continua perpetuando e recordando-nos a futura Redenção, como expressaram nossos sábios:  "Se cuidarem do acender das velas de Shabat, terão o mérito de ver as luzes de Tzion na Redenção do povo judeu."

Algo extraordinário acontece cada vez que você acende as velas em homenagem ao Shabat, além disso, a mulher se sente vinculada ao seu povo. Acredita-se que este ato pode iluminar e inspirar uma futura paz eterna para o mundo e para todo o povo de Israel.

O Shabat também é um dia que serve como fonte de bênção, uma preparação e inspiração para os próximos seis dias de trabalho da semana. 

O motivo das duas velas em comparação a Torah

Cada Mitzvá da Torá é comparada a uma vela: "Ki Ner Mitsvá Vetorá Or" ("Uma Mitzvá é uma vela e a Torá é luz"). 

Cada Mitzvá cria uma luz espiritual e a luz, ou sua chama, elevando-se, aproxima a pessoa da Divindade. A chama é comparada à alma; da mesma forma que uma chama sempre se direciona para cima, a alma quer conectar-se com D’us.

Esta mensagem de luz, símbolo universal de claridade, visão, conhecimento e verdade, encontram-se intimamente ligada à mensagem do Shabat.

No mínimo duas velas são acesas correspondendo às duas expressões "Zachor" e "Shamor" que são mencionadas nos Dez Mandamentos.

"Zachor" - "Recorda o dia de Shabat para santificá-lo" (Êxodo 20:8)
"Shamor" - "Guarda o dia de Shabat para santificá-lo" (Deut. 5:12), refere-se a abster-se de qualquer categoria de trabalho (Melachá) inadequado a este dia especial.






Local apropriado para o acendimento

• As velas devem ser colocadas no recinto onde a família faz a refeição de Shabat, para evidenciar que foram acesas em sua honra. Elas não devem ser acesas em um lugar e depois transportadas para outro.

• As velas devem ter um tamanho mínimo que permita estarem acesas pelo menos até o final da refeição de Shabat.

• Após acesas as velas, é proibido mover os candelabros até o final do Shabat; esta é a razão pela qual a maioria das mulheres prefere acendê-las próxima à mesa, mas sob um balcão, mesa auxiliar, aparador, etc. certifiquem-se de acender em local conveniente para deixar os castiçais por toda a duração do Shabat.

Quem acende as velas

• Esta obrigação recai principalmente sobre a mulher. Ela deve acender as velas com alegria, pois pelo mérito desta Mitzvá terá filhos iluminados pela Torah e tementes a D'us, o que trará paz ao mundo, e proporcionará a seu marido vida longa.

• Se o homem vive só, deve acender as velas pronunciando a devida benção.

• Há um costume citado no Talmud, que o marido também pode participar deste importante Mitzvá, auxiliando na preparação das velas, queimando antes os pavios, facilitando seu acendimento posterior. Porém, no dia de Yom Tov isto não pode ser feito, uma vez que não é permitido apagar as velas.



• Caso haja várias mulheres na casa, cada uma delas deve acender suas próprias velas no mesmo local e recitar a bênção devida, desde que o façam em candelabros separados..

• Meninas com mais de 3 anos também devem acender uma vela.

Número de velas


• As mulheres casadas devem acender pelo menos duas velas referentes a "zachor" (lembra) e "shamor" (guarda) – as duas expressões usadas por D'us ao proclamar a santidade do Shabat nos Dez Mandamentos.

• Em algumas comunidades costuma-se acender uma vela a mais para cada filho. Por exemplo, uma mãe com três filhos acenderá cinco velas. Uma das razões deste costume é que a luz simboliza a neshamá (alma) e para cada alma acrescenta-se uma nova chama.

• Meninas e moças solteiras devem acender uma só vela.

O procedimento e costumes

• Acende(m)-se a(s) vela(s). Se solta o fósforo aceso para que se apague sozinho (uma vez que o Shabat já foi recebido): o palito não é jogado e sim depositado cuidadosamente para que se extinga por si só.
• Em Yom Tov também não é permitido grudar as velas, esquentando a cera na base. As velas podem ser encaixadas com ajuda de pedaços de papel-alumínio, cortados na véspera.

• Logo em seguida cobrem-se os olhos com ambas as mãos para não fitá-las.

• Recita-se a benção:

A bênção na véspera de Shabat

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner shel Shabat kôdesh. 

Bendito és Tu, ó Eterno, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou acender a vela do santo Shabat

• Descobrem-se os olhos e ao ver a chama, desfruta-se do brilho e do calor das velas.


Shabat Shalom

Um Violinista no Telhado



"Com base em histórias de Sholom Aleichem, autor mais que consagrado, principalmente pelo que conta das tradições e dos sofrimentos judaicos em tempos idos, Joseph Stein escreveu um comovente libreto.




Expressados em termos estritamente judaicos, todos os sentimentos e situações do "Violinista" alcançam a todos, por sua humanidade, sua emoção, seu encantador riso na dor. O espetáculo envolve a platéia de forma total, e não é à toa que ele continua sendo montado mundo afora ao longo dos anos.

"Um violinista no telhado" tem, no Brasil, uma produção em tudo e por tudo da mesma qualidade de suas montagens originais."




Fonte: O Globo – 25/05/11

http://www.coisasjudaicas.com/2011/05/um-violinista-no-telhado.html

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Riqueza dasTradições Judaicas


A Torah contém a revelação divina, a Lei outorgada a Israel. Torah designa os primeiros cinco livros do Primeiro Testamento, também conhecidos como Pentateuco (da expressão grega para cinco pergaminhos, ou cinco livros de Moisés). A palavra Testamento significa “Aliança”.

Nos escritos rabínicos, a Torah é mais do que um código legal. Esse substantivo deriva-se do verbo hebraico “Yarah”, “lançar”, “Atirar uma flecha”, “alvejar”. Mediante associação de idéias, veio a significar: instrução, ensino, apontar para o alvo, estabelecer uma fundação, mandamento e lei.


Durante a formação da Bíblia houve um processo de seleção. Foram incluídos somente aqueles livros que se acreditava terem sido escritos por profetas sob inspiração divina. Apenas os livros selecionados tornaram-se parte do cânone (que significa padrão ou medida). A base para esta seleção foram os cinco primeiro livros chamados de Torah.

Menorah

A primeira Menorah foi feita obedecendo a instruções minuciosas do Eterno.  Na Menorah, há sete braços ao todo: uma haste central, e três braços que saiam de cada lado. Naturalmente, o fogo e a iluminação sempre tiveram um papel muito importante. 

Quando o Templo foi destruído, a Menorah tornou-se principal símbolo da fé judaica.  A Menorah foi reintroduzida em 1948  na proclamação do Estado de Israel como símbolo nacional do povo judeu e da identidade de Israel.



 

Menorah é uma palavra hebraica que indica candeeiro com sete braços, usado no Tabernáculo. Êxodo 25: 31-40; Êxodo 37: 17-24, Zacarias 4: 2-5; Zacarias 10-14.  A luz da “Menorah” simboliza a presença de D’us (no hebraico Shekinah)
  
TALIT

O Talit é uma “Tenda Portátil”, que simboliza  “cobrir”, no sentido de estar no esconderijo do Altíssimo. O texto que se encontra no livro de Números 15.38-40. Este é o mandamento que todo judeu cumpri ao colocá-lo, ou seja, fazer uso do talit (manto ou xale de oração). 
 

É chamado de manto de oração devido à sua particularidade de conceder  a pessoa que o está usando, ”certo isolamento” daquilo que pode vir a distraí-lo quando se está orando ao Senhor. Também chamado e conhecido como barraca ou ainda, tenda. 

Quando um judeu que tem entendimento destas coisas, olha para alguém vestido com o talit, imediatamente recorda de pelos menos três princípios judaicos, a saber: 




1 – A Lei de D'us dada a seu servo Moisés.

2 – Que ele sendo um conhecedor das escrituras sagradas, é responsável em obedecer esta Lei, que é o maior bem precioso que ele pode adquirir neste universo.

3 – Também que ele foi chamado entre todos os outros povos, raças, nações e etnias para ser separados e santos.

As franjas têm um significado ainda muito mais profundo e simbólico que está relacionado aos números que são: oito tranças e cinco nós, que somados dão um total de treze. O número oito nos fala de reinício (iniciar novamente, tentar novamente). O número cinco nos fala dos cinco primeiros livros da bíblia, a Torah. A palavra “Tzit Tzit” (franja) tem o número seiscentos (600), somados com treze (13), (oito+cinco). Forma o número 613, que é exatamente o número de Leis contido na Tanach que devem ser observadas pelos judeus.


KIPA

Este é outro símbolo que tem um significado muito forte e lindo. Oriundo da raiz da palavra Kippur, que entre outro  sentido significa cobertura.  Sendo uma lembrança de que o seu usuário tem uma estatura e não pode acrescentar nada a ela. E que a partir desta estatura existe um D’us muito maior que ele a quem este prestará contas,  o D’us Criador de todo o Universo. 

Não se trata de um chapeuzinho apenas, como alguns costumam chamar, mas algo relacionado a D’us e que tem em seu objetivo a lembrança do tamanho de D’us em relação ao homem. Aquele que cobre, direciona, governa e está acima de tudo e de todos, e que a essência da escritura é de humildade, Levítico  8:9; Levítico 16:4. 

É interessante notar que todos os símbolos utilizados pelos judeus são para que este se  lembre de seu compromisso com o Eterno D’us e que têm o sentido de trazer à sua memória (memória do homem), a reverência e a lembrança do Eterno.  Lamentações 3:21




 
O princípio do uso do kipá está relacionado ao Sacerdote que assistia  diante do Senhor não podia estar com a cabeça descoberta no Tabernáculo. 

MEZUZAH


É um símbolo de fé e merecedor de grande respeito. A Mezuzah é uma caixa tubular de madeira, vidro ou metal, em geral de 3 a 4 polegadas de comprimento, contendo um pedaço pequeno de pergaminho, no qual em 22 linhas estão escritas passagens bíblicas que fazem parte do “Shemá” (oração da unicidade de D’us) - (Deuteronômio 6: 9; 11: 20). 







Tem uma pequena abertura na parte superior com a palavra Shadday  (um dos nomes de D’us), impressa no verso do pergaminho. É pregada numa posição inclinada na parte superior da ombreira direita da residência. Costuma-se beijá-la quando se sai ou entra em casa, tocando-a com as pontas dos dedos, e em seguida apertando-os contra o lábio. 

A Base bíblica para uso da Mezuzah: “E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.” (Deuteronômio 6: 9). O uso da Mezuzah é uma Mitzvah (mandamento), dada pelo Eterno em sua Palavra: Deuteronômio 6: 1-9. Deuteronômio 11.13-21. Números 15.37-41.

Na parte da frente, no anverso, perto do alto, está escrito o nome “Shadday”, um dos nomes pelos quais o Eterno é conhecido em hebraico. Intérpretes da tradição judaica já disseram que as três letras hebraicas Shin, Dalet e Yud constituem realmente um aerograma formado pelas primeiras letras da frase: “Shomer Daltod Ysrael” (Guardião das Portas de Israel). A Mezuzah deve ser colocada em todos os aposentos, exceto nos banheiros.

Ao passar pela porta, lembra que se deve guardar a palavra do Senhor e sempre obedecê-la. Este é o princípio fundamental do uso da Mezuzah. Lamentações 3:21.

ESTRELA DE DAVI

Estrela de Davi (em hebraico: מגן דוד, traniteralção. Magen David), conhecida também como escudo supremo de Davi (David), é um símbolo em forma de estrela formada por dois triângulos sobrepostos. O nome David em hebraico é composto de três letras na seguinte ordem: Dálet-Vav. Dálet. No hebraico antigo, a letra Dálet tinha a forma semelhante a um triângulo com vértice para cima. 


Quando este símbolo foi gerado, não sabemos ao certo, no entanto sabemos que este símbolo é geometricamente construído em forma de estrela com as duas letras Dálet que compunham o nome David (entrelaçando-as, e girando uma das letras em 180o. para que seu vértice se colocasse para baixo). Com o tempo, este símbolo tornou-se símbolo da nação de Israel e do povo judeu, estando presente na própria bandeira de Israel.

No entanto, há um significado maior na estrela de David, que gostaria de comentar. A estrela de David é um símbolo do Messias de Israel,

MERAGLIM

Caleb ( hebraico כָּלֵב), filho de Jefoné , é uma figura importante da Bíblia. Reitera a sua fé em D’us quando os hebreus opuseram-se à entrada na terra prometida de Canaã.
    
Os Meraglim, espiões enviados por Moisés no deserto, após a saída do Egito, retornaram falando mal de Israel (Números 13:27-28): “Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, emana leite e mel... Porém, o povo que habita essa terra é poderoso, e as cidades, muito grandes e fortificadas; também vimos ali gigantes”; (Números 14-15) e, mesmo contestados por Josué e Caleb, convenceram o povo, o qual se revoltou contra Moisés, preferindo voltar à escravidão do que encarar a terra assim descrita. 


Por ter optado ouvir a maledicência, não lhes foi concedido entrar na Terra Prometida, só à geração seguinte e vagaram pelo deserto por 40 anos. Apenas dois espiões, Josué (da tribo de Efraim ) e Caleb (representando Judá ), retornou e disse que Deus iria ajudar a nação judaica se estabelecer em Canaã.

ARCA DA ALIANÇA

A Arca era uma espécie de cofre. Construída com madeira de Acácia e revestida totalmente de ouro. Havia sobre ela dois varais que foram colocados para facilitar o seu transporte. Em cima desta Arca foi colocada uma tampa, chamada de tampa do propiciatório. Dois Querubins estavam sobre ela, um de frente para o outro, de forma que as pontas de suas asas se encontram acima de suas cabeças. 
 
Os Querubins e a tampa, numa só peça, eram feitos totalmente de ouro. Esta tampa, não era apenas a tampa da Arca, era o lugar onde os pecados eram cobertos, sendo o lugar da propiciação, ali o Sumo Sacerdote aspergia o sangue para que os pecados fossem cobertos e assim o próprio D'us não os levava  mais em conta, Êxodo 25:17-22.


 

Dentro desta Arca colocavam-se as duas tábuas da Lei, dada por D'us. Também a vara de Arão e ainda uma porção do Maná. A Arca era o utensílio que mais chamava a atenção dos homens, pois, onde esta se encontrava a presença de D'us se fazia presente. A Arca da Aliança é o símbolo mais forte em toda a história da Bíblia.

TEFILIM

Em hebraico תפילין, com raiz na palavra tefilá, significando "prece", é o nome dado a duas caixinhas de couro, cada qual preso a uma tira de couro de animal Kosher, dentro das quais está contido um pergaminho com os quatro trechos da Torá em que se baseia o uso dos Filactérios. 



Também é conhecido em português como Filactérios, vindo do termo grego fylaktérion, que significa basicamente "posto avançado", "fortificação" ou "proteção", 

Os tefilins contêm pergaminhos onde estão inscritos quatro trechos da Torá que enfatizam a recordação dos mandamentos e da obediência a D-us.  Êxodo 13:1-10,  Êxodo 13:11-16, Deuteronômio 6:4-9, Deuteronômio 11:13-21, Estes trechos da Torá são conhecidos pelos judeus como Shemá Yisrael (o mais importante, e citado acima em terceiro lugar), Vehaiá Im Shamoa, Cadêsh Li e Vehayá Ki Yeviachá.

Utilização: O judaísmo rabínico diz que além dos mandamentos da Torá, Moshe também recebeu através da Torá Oral os procedimentos de como confeccionar os tefilin, que teriam sido transmitidos de geração em geração até serem escritos na Mishná, no Talmud e no Shulkhan Arukh. Os rabinos defendem que os tefilin sejam colocados diariamente pelas manhãs com a prece matinal ou pelo menos até o pôr-do-sol recitando-se o Shemá.

Os tefilin somente não são utilizados em Shabat, Yom Tov e Chol Hamoêd. A partir dos 13 anos de idade, com o Bar mitsvá um menino passa a usar os tefilin. Em seu método de utilização coloca-se uma caixinha no braço esquerdo para que fique próxima do coração (shel yad) e enrola-se uma das tiras na mão esquerda, e a outra caixinha na testa, entre os olhos, como frontal (shel rosh).

A respeito da prática de usar tais caixinhas, ou filactérios, The Jewish Encyclopedia (A Enciclopédia Judaica, 1976, Vol. X, página 21) observa: "As leis que governavam o uso de Filactérios foram tiradas pelos Rabinos de quatro trechos bíblicos. Ao passo que esses trechos foram interpretados literalmente pela maioria dos comentaristas, [...] os Rabinos sustentavam que somente a lei geral foi expressa na Bíblia, a sua aplicação e elaboração sendo assuntos inteiramente da alçada da tradição e da dedução."

De acordo com o Shulkhan Arukh, no momento de colocar tefilin é considerado como se o judeu cumprisse toda a Torá. Talmud Rosh Hashaná 17a menciona que aquele que nunca colocou tefilin comete uma falha muito grave. Os sábios judeus consideram que ao usar tefilin, todos os povos temerão Israel. Esta ênfase foi dada, por exemplo, pelo Rebe de Chabad em 1967 que pouco antes da Guerra dos Seis Dias proclamou que Israel estava em grande perigo e incentivou uma campanha pelo uso dos tefilins. 

A surpreendente e rápida vitória de Israel nesta guerra foi atribuída pelo Rebe ao grande número de pessoas que aderiram à campanha.

A recomendação é que tefilins sejam adquiridos apenas de pessoas confiáveis e que sejam verificados de ano em ano por um sofêr.



domingo, 22 de maio de 2011

Yom Lag BaOmer





A palavra Lag, em hebraico, é formada por duas letras, lamed e guimel, cujo valor numérico (cada letra do alfabeto hebraico tem um valor) é 33. Portanto, Lag Ba'Omer significa o 33° dia da Contagem do Omer. Neste dia (o qual observamos hoje), segundo a tradição, aconteceram alguns fatos muito significativos para o Povo Judeu:

1) A maná, alimento vindo dos céus e que alimentou o povo durante a travessia do deserto, começou a cair neste dia.: 2) A epidemia que dizimava os jovens discípulos de Rabi Akiva, cessou completamente;
3) Rabi Shimon Bar Yochai, autor do Zohar - obra máxima da mística judaica - faleceu neste dia, pedindo para que sua passagem não fosse marcada por tristeza e desolação. Muito pelo contrário: exortou a seus discípulos que comemorassem esta data com alegria e júbilo.

E é justamente desta última personagem que provém os costumes de Lag BaOmer. Durante  o domínio romano, os judeus foram proibidos de estudar a Torá sob pena de morte. Rabi Shimon Bar Yochai, por sua vez, teve de refugiar-se em uma caverna nas montanhas da Galiléia, onde permaneceu por 13 anos.  Seus discípulos, para poderem se encontrar com ele, tinham de sair aos campo carregando arcos e flechas, fingindo que iam caçar. Desta forma, conseguiam enganar os soldados romanos e continuavam a receber os ensinamentos de seu mestre. Por isso, em Israel, o feriado é comemorado com piqueniques, fogueiras e concursos de arco e flecha, sendo que muitos visitam seu túmulo em Meron, tendo as fogueiras como tributo à sua memória. Uma outra explicação para o arco é que, segundo a lenda, o arco-íris, que não apareceu durante toda a sua vida, voltou a brilhar suas cores no céu neste dia.

Lag BaOmer é uma festividade menor do calendário judaico, que, como seu nome sugere, é celebrada no 33º dia das sete semanas da contagem do Omer, entre Pessach e Shavuot. Sua data no calendário hebraico é 18 de Iyar.   



Nos tempos dos Templos, em Jerusalém, um omer (unidade de medida) de cevada era oferecido por todos os agricultores em Israel no segundo dia de Pessach. Até que esta oferenda era feita, pães e grãos não podiam ser consumidos (Levítico: 23-14). A partir deste dia, os agricultores contavam 49 dias até Shavuot, o festival da colheita, quando novamente peregrinavam à Jerusalém.

A razão para o semi-luto (não se fazem grandes celebrações, nem se corta o cabelo) observada durante o período do Omer vem do Talmud (Yevamot 62b), que descreve como uma praga matou os 24.000 alunos de Rabi Akiva (no ano I da Era Comum). A praga parou em Lag BaOmer.

Durante o período do Omer, há 350 anos, os massacres de Chmielnicki aconteceram na Rússia, e milhares de homens, mulheres e crianças judeus foram mortos.

Em Lag BaOmer, a revolta judaica liderada por Bar Kochba assegurou uma vitória contra os romanos, após uma série de derrotas.

Há uma tradição que sugere no mesmo período, enquanto os hebreus vagavam pelo deserto, o maná começou a cair do céu neste dia.

Rabi Shimon Bar Iochai (autor do Zohar, primeiro livro da Cabala) morreu em Lag BaOmer. Cabalista e hassidim se reúnem em seu túmulo, em Meron (na Galiléia - Israel), em Lag BaOmer acendendo fogueiras, realizando o primeiro corte de cabelo de seus filhos, dançando e cantando por toda a noite.


 


Fogueiras são a principal maneira com que este dia é celebrado em Israel e na Diáspora, tanto por judeus religiosos quanto pelos seculares. É costume sair pelas ruas procurando madeira para montar uma foqueira.








O fogo representa a conversão do material em energia, similar a um conceito cabalístico de faíscas de santidade, inerentes ao mundo material.


Fonte: http://www.webjudaica.com.br/chaguim/
Fotos:   http://www.chameleonseye.com/gallery/israel_lag_baomer_pictures_photos_images/image/2/

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Valores compartilhados




Em seu discurso sobre política no Oriente Médio, o presidente dos EUA Barack Obama, salientou nessa quinta-feira a necessidade de um estado palestino com base nas linhas de 1967: “O povo palestino deve ter o direito de governar a si próprio e atingir o seu potencial em um Estado soberano e contínuo”. 



Suas palavras tiveram repercurssão na Mídia e no jornal Haaretz desencadeando polêmicas sobre o que Obama havia dito em relação as "linhas de 1967". Conversas posteriores (dia 21/05) entre Obama e Netayahu, o presidente dos EUA reafirmou seu posicionamento. O ministro de defesa de Israel, Ehud Barak, disse que Obama referiu-se as fronteiras como uma base (início)  para reatar o diálogo entre os dois povos.

Mas voltando a atenção para o primeiro discurso, Barack afirmou que os palestinos não alcançarão seus objetivos se as forças do Hamas insistirem em trilhar pelo caminho do terrorismo e da rejeição. Informou sobre as dificuldades que envolve  a criação de um estado palestino que depende, principalmente, da aceitação (da  existência de Israel) e que todo esforço para deslegitimar Israel terminará em fracasso. E que ações simbólicas para isolar Israel nas Nações Unidas em setembro, não vai criar um estado independente.

Obana foi categórico ao afirmar que os laços de amizade são eternos: “Quanto a Israel a nossa amizade é profundamente irraizada numa comum história de valores compartilhados. Nosso compromisso com a segurança de Israel é inabalável...”


Obama deu ênfase ao direito de Israel se defender dos ataques de seus inimigos, mas que para promover uma paz duradoura Israel deve usar de ousadia. Outros assuntos relacionados ao Oriente Médio também foram destaque em seu discurso, onde fez críticas a Síria por negar direitos humanos, democracia e liberdade de expressão, elogiou o povo sírio pela coragem ao enfrentar a repressão.

Mas o que me chama atenção em tudo isso é o posicionamento dos EUA ao lado de um Estado Judeu  num período crítico da história em que, revoltados e agressivos, os palestinos atiram “pedras” em Israel, na tentativa de obter o apoio das Nações Unidas para o surgimento do Estado Palestino.

E como bem afirmou Barack Obama, espero mesmo que eles estejam preparados para assumir responsabilidades caso a criação do estado aconteça. Hipoteticamente falando, (porque eu também não aceito a criação de um estado palestino dentro de Israel), com a retirado gradual ou total das forças armadas israelense da Cisjordânia, a possível evacuação das colônias judaicas, o fechamento das fronteiras e das “portas de emprego” no lado de cá de Israel, o governo palestino deverá assumir o controle e a responsabilidade sobre o seu próprio povo.

Além de fornecer educação, moradia, emprego, segurança, luz, água, saneamento, hospitais, forneçam todos os demais serviços que constróem uma nação, e tudo dentro de suas próprias fronteiras. E criem também o seu próprio centro religioso, pois se depender de dividir Jerusalém, o estado jamais será criado. E como falei em controle, espero mesmo, que todo armamento seja utilizado na proteção e educação do povo palestino e não seja uma “arma” para atacar civís israelenses.

Não se coloca a culpa nos outros (Israel) pela incompetência dos governantes, como vem acontecendo na Faixa de Gaza. Tomara que o governo não seja entregue nas mãos de militantes terrortistas, que gostam de usar civís inocentes, cujas mentes programadas, se deixam sedudir e são usados como escudos humanos numa sangrenta batalha, onde a razão perde para o ódio desmedido.

O Estado de Israel não foi construído da noite para o dia, foi trabalho árduo. As fronteiras estabelecidas em 1967 foi um marco histórico que não pode ser removido.

Talvez os valores compartilhados aos quais se referiu o presidente Barack Obama sejam os mesmos que fizeram de Israel uma grande nação a altura dos EUA. Não só no que diz respeito ao crescimento financeiro e tecnológico, mas também no que diz respeito a religião, quando observamos uma nação cristã se dobrar (ou se aliar, se assim preferir o leitor) diante da nação judaica, reconhecendo que sobre ela estão as mãos do El Shadday (Deus Todo Poderoso) que um dia se fez visível a Abraão e afirmou: “Em ti (Israel) serão benditas todas as famílias da terra”.


Marion Vaz



"O Trabalho Liberta"


Entre 1940 e 1945, mais de 1 milhão de pessoas, a maioria judeus, foram mortas nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau, ou morreram de fome ou de doença, enquanto eram forçadas a realizar trabalhos físicos no campo.




A placa que ficava no portão principal de Auschwitz, com o cínico slogan nazista Arbeit Macht Frei - o trabalho liberta foi roubada e cortada em pedaços em um assalto de 2009.







O roubo que ocorreu em uma noite fria em dezembro de 2009 chocou os sobreviventes do Holocausto e muitos outros, que estavam comprometidos com a preservação do local de Auschwitz-Birkenau para a memória das atrocidades que a Alemanha nazista cometeu  durante a ocupação da Polônia. Os ladrões não só cortaram em pedaços, mas também haviam dobrado e fraturado os tubos de metal.  Muitos dos componentes foram deformados e a superfície riscada e amassada.

O serviço de Conservação desse objeto do antigo campo da morte nazista disse ter trabalhado por quase um ano e meio na restauração, incluindo fotografar, analisar e, finalmente, soldar novamente todos os pedaços da placa que estava bastante danificada. Após mais de um ano de trabalhos foi quase restaurado ao seu estado original.



Uma réplica do sinal atualmente está em seu lugar.









Marion Vaz





Fonte: http://www.haaretz.com/jewish-world/notorious-auschwitz-sign-repaired-after-2009-theft-1.362550

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Dia de Nakba




A emoção das festividades do Haatzmaut não tinha terminado e Israel já enfrentava, de novo,  mais uma revolta popular quando palestinos que viviam próximos as fronteiras do país, ao norte pelo Líbano, na Síria que abriga cerca de 470 mil refugiados e pelo sul na Faixa de Gaza, protestaram de forma violenta.

Os protestos foram realizados neste domingo (dia 15) para marcar o dia de Nakba, que lamenta a criação do Estado de Israel. Em resposta, as forças armadas de Israel abriram fogo contra os palestinos que tentavam atravessar as fronteiras.

O Primeiro Ministro Benjamim Netanyahu disse numa rápida coletiva que esperava que a calma fosse restabelecida rapidamente, mas afirmou: “estamos determinados a proteger nossas fronteiras e nossa soberania”.




Vários protestos ocorreram em outros lugares, na Cisjordânia jovens palestinos atiraram pedras contra soldados de Israel que contra atacaram com gás lacrimogêneo e balas de borrachas.







Nas proximidades de Ramallah, manifestantes exibiram uma chave simbólica durante o protesto.







Em Jerusalém um adolescente foi morto a tiros durante protestos na sexta-feira. O incidente ocorreu na parte oriental da cidade, onde se observa um número freqüente de incidentes violentos de palestinos que atiram pedras em policiais israelenses e colonos judeus.

Na Faixa de Gaza,  os manisfestantes usaram a bandeira como forma de protesto e militantes do Hamas se posicionaram na fronteira com o Egito.













Em Tel Aviv, centro comercial de Israel, um caminhão conduzido por um israelense árabe foi jogado contra veículos e pedestres, matando um homem e ferindo 17 pessoas.

Já no povoado druso de Majdal Shams, nas Colinas de Golan, local capturado da Síria por Israel em 1967, o major Dolan Abu Salh disse que cerca de 50 manifestantes do Nakba, vindos da Síria, forçaram a entrada pela fronteira e centenas de manifestantes invadiram o fértil vale verde agitando bandeiras palestinas.

O presidente Mahmoud Abbas disse nesse domingo que o sangue dos que morreram por lutar pelos direitos do povo palestino não vai parar no lixo.




Em seu artigo no Haaretz, o colunista Gideon Levy descreve a maneira como Israel obteve a soberania das cidades em 1948, e como dezenas de milhares de palestinos fugiram além das fronteiras:  "milhares de moradores que receberam a promessa de que seria permitido retornar em alguns dias, uma promessa que nunca foi cumprida, e sobre os pobres “infiltrados”  que tentaram voltar para suas casas e suas propriedades a fim de recolher os restos de suas vidas, e foram mortos ou expulsos pela IDF”. 

Levy ainda declara que o Haatzmaut tem seu lado “escuro”, ou seja, uma história que não foi contada.

Ao ler o artigo no Haaretz , imagino que o interesse dessa defesa, se é que podemos chamar assim, tem base nos direitos humanos ou ainda a busca por um caminho para a convivência pacífica entre judeus e palestinos.  No entanto, não acredito que tal problema possa ser resolvido com uma “conversa amigável” entre as duas partes. 
Sem dúvida, nosso amigo Levy tem suas razões e as expõe com muita destreza. Acredito que ele também quer o melhor para o seu povo.

Aqui no Brasil, ou na América ou em qualquer outro lugar onde a Democracia reina, e isso não é um deboche, acreditamos muito nos direitos humanos, iguais para todos, e, também, porque vivemos num contexto sociocultural  bem diferente dos povos do Oriente Médio. E o nosso maior pecado é justamente julgar e condenar Israel com base no nosso modelo de vida, sem sequer pensar ou procurar entender o panorama histórico daquele território. 

Por certo existe sim uma solução, mas parece-me uma ingenuidade criticar as atitudes, tanto em 1948 quanto nos anos seguintes para preservar  a soberania do Estado Judeu, como se estivessemos lidando com uma crise interna comum e passageira. 

Mas será que se prestarmos atenção na própria palavra Nakba e seu principal significado: catástrofe, catacrisma,  que motiva o povo a lamentar e rejeitar a soberania de Israel em forma de protestos violentos e indignação contra autoridades israelenses, vamos mesmo pensar que um simples diálogo vai resolver o assunto? 

Será que esse “resgate de identidade” de um povo, que foi pauta do artigo vai abrandar tanto ódio e tanto desprezo? Ou teremos que enfrentar um novo-velho problema de aversão a existência de Israel como um povo, como uma nação independente e soberana em sua própria terra?  Seria assim tão simples resolver um problema quando as Leis de Isaac Newton afirmam que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo?

É possível viver em paz se alguém tenta te apunhalar pelas costas? Será mesmo que se dermos as mãos e cantarmos uma linda cantiga de roda teremos mesmo a paz que tanto sonhamos? Ou acordaríamos pela manhã com a casa em chama e nossos filhos mortos com pedaços espalhados por todos os lados? Oh! Alguém pode até me criticar e achar que estou exagerando, mas a história é verídica! 

É fácil criticar quando estamos sentados confortávelmente em nossa poltrona com toda a segurança que nos cerca, a quilômetros de distância das áreas em conflito. Mas os mísseis katiuchas continuam atravessando os céus de Israel.
  
Por sua vez, Mahmoud Abbas também criticou a ação dos soldados israelenses por terem protegido as fronteiras de Israel. 



Talvez ele quisesse que os soldados agissem com mais delicadeza e dissessem: “Por gentileza, seria pedir muito que os senhores não ultrapassassem a fronteira?”



Talvez eles devessem ter dito: “Eu gostaria de informar aos senhores que não é permitida a entrada clandestina no país e por esta razão somos forçados a prendê-los. Por gentileza sigam calmamente naquela direção” E os palestinos diriam;  “Nós lamentamos muito por esse incidente. É por ali? Vamos rapazes!” 


Observando nos textos bíblicos e na própria história moderna encontramos o povo de Israel sendo constantemente ameaçado pelos povos circunvizinhos. Não havia diálogo que impedisse o desejo de exterminar, dizimar, reduzir a pó o povo judeu. Só havia uma maneira de sobreviver: Lutar!  Hoje não é diferente.

Uma das frases que aprecio muito em relação à promessa feita a Abraão que teve seu cumprimento final em 1948 diz assim: Conquistar a Terra Prometida foi um longo e árduo processo! Sim, confirmando a declaração de Gideon Levy houve sim um massacre, houve limpeza, houve guerra, houve mortes, mas também houve uma vitória! Vitória que outorgou o direito de ser reconhecido como Estado de Israel. Não acho que se deve abrir mão desse direito sob qualquer circunstância.

Mas não se enganem, pois as Intifadas, as Nakbas, os ataques aéreos serão constantes, bem como a manipulação da opinião pública contra Israel. Infelizmente são os Sambalates, os Tobias do tempo de Neemias que não ficaram só no passado, mas ainda hoje insistem em atrasar, impedir a reconstrução da cidade.  Ou no caso, rejeitam terminantemente a Independência de Israel.

Mas como diz o próprio texto bíblico de Neemias (2.20): “e vós (que fazeis essas coisas) não tendes partes, nem justiça, nem memória em Jerusalém” e eu completo: não tendes herança em Israel.

Realmente é desoladora a situação daqueles que continuam a procura do seu espaço territorial, situação também vivenciada pelo povo judeu em épocas passadas quando eram jogados de um lado para outro. Mas admira-me o fato da história desses palestinos ser usada como provocação e que eles sejam persuadidos a guerra apenas para fazer média na Mídia, quando seus próprios governos não fazem absolutamente nada para ajudá-los!

Admira-me que o Dia de Nakba seja apenas uma forma de alimentar o ódio, induzir o povo a fazer protestos violentos para que a população seja dizimada, a fim de que o governo palestino possa culpar Israel pelo sangue que escoa pelas ruas em direção ao ralo.


Marion Vaz 


Fotos http://www.google.com.br/

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Um grito de Liberdade em pleno Haatzmaut


Ontem Israel comemorou seus 63 anos de Independência. Uma festa em que todo país se rendeu a alegria de poder, finalmente, cumprir os desígnios de Deus para com o seu povo, estabelecendo-os na terra que prometeu a Abraão.

Várias medidas de seguranças foram tomadas para promover a harmonia durante as comemorações. Inclusive evitar a entrada de moradores da Cisjordânia no território israelense, exceto em caso de emergência. Fato explorado pela Mídia. 

Quem tem um webcam direto com o Muro Ocidental pode ver em tempo real como o local ficou repleto de judeus para as comemorações e suas orações.

Mas foi no Monte Herzl, colina em que está sepultado o fundador do Sionismo, Theodor Herzl, que discurso de abertura deu início a cerimônia. Em meio às festividades uma voz se fez ouvir e em plena festa de Haatzmaut gritava por liberdade.



 

Yoel Shalit, irmão de Gilad Shalit, soldado da Israel Defense Forces, seqüestrado em 2006 pelo Hamas, ousou gritar em plena cerimônia: "Gilad está vivo!"






 
Retirado a força do local não cessou de protestar contra a lentidão nas negociações que se arrastam ha cinco anos:






"Eu estou gritando por Gilad Shalit" disse aos repórteres, "Ele não pode gritar, então eu tenho de gritar por ele".

Gilad que na época tinha apenas 19 anos continua incomunicável , enquanto as forças terroristas do Hamas exigem um número considerável de presos a serem libertos para devolverem Gilad.

 
Os pais do jovem continuam acampados nas proximidades da residência do Primeiro Ministro Benjamim Netanyahu em Jerusalém, em protesto ao desfecho das negociações.







Em um ousado artigo no jornal Haaretz, Gideon Levy fez comparações e críticas à  democracia e elogiou o ato de Yoel. Ao término do artigo afirmou: "Em Basiléia Theodor Herzl fundou o Estado, e, no Monte Herzl, o protesto nasceu. Obrigado Yoel Shalit"


Que o grito em prol da liberdade de Gilad Shalit possa ser ouvido pelo mundo.

Free Shalit!!






Marion Vaz   





Gideon Levy é um colunista do Haaretz e membro do conselho editorial do jornal.