sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Restauração dos Muros de Jerusalém




Uma matéria no site israelense Ynetnew.com sobre a restauração dos muros de Jerusalém me fez lembrar o texto bíblico de Neemias quando duas palavras o fizeram chorar e jejuar:  Miséria e desprezo! Este era o estado em que viviam os judeus em Israel, durante o cativeiro.

Embora Neemias  estivesse numa posição de copeiro do rei, tendo em vista as circunstâncias, ele se angustiou ao saber do terrível estado de abandono de Jerusalém: Os muros rachados, e as poucas pessoas que restaram, desfaleciam de fome e pobreza.

Então lhe caiu o semblante e começou uma campanha de oração e jejum. Sua angustia era tão intensa que não passou despercebida pelo Rei.  Assim ele propôs em seu coração fazer alguma coisa para mudar aquela situação. Trabalho pesado, que exigiria dele competência, capacidade de liderança e mais ainda: Confiança em Deus. Com a autorização do rei, saiu em direção a Jerusalém para edificar os muros da cidade Santa e tirar-lhe o opróbrio.   


Durante o processo de restauração das portas e muros Neemias enfrentou oposição cerrada. Mas a sua determinação o fez prosseguir até o fim. Em 52 dias a obra nos muros foi concluída (Ne 6.15). Mas é no VS 16 que observamos a extensão do seu feito quando o temor se abateu no meio dos seus inimigos e sobre os gentios que habitavam ao redor deles. 






Aqueles que achavam que até uma “raposa” destruiria o muro ficaram cheios de pavor ao reconhecerem que D-us cooperou com o seu povo e com aquela obra.


A “Jerusalém edificada como uma cidade bem sólida” que Davi entoava em seus cânticos (Sl 122)  sofreu muito no decorrer da História e passou por vários Impérios e cada um deles tratou de restaurar a cidade e seus muros conforme a necessidade da época. Hoje, os muros que cercam a Jerusalém Antiga têm cerca de 4 km e incluem 8 portões.





A restauração dos muros da Jerusalém moderna foi iniciada após várias pedras caírem no pátio de uma escola católica ao lado do muro. O governo israelense financiou o projeto e a restauração começou em 2007. A conclusão da obra está prevista para o fim de 2011. 


“O muro com cinco séculos de idade reflete como um espelho os diversos períodos que a cidade experimentou” – disse a Autoridade de Antiguidade de Israel e arquiteto responsável pelo projeto Avi Mashiah.









Assim, a restauração exigiu decisões sobre o que poderia ser preservado e o que deveria ser removido.  Centenas de amendoeiras que cresciam ao longo do muro cujas raízes danificavam as pedras otomanas foram removidas. Assim como pedras que foram colocadas erradamente pelos britânicos  na restauração de 1920. Elas foram substituídas por cópias artesanais das pedras originais otomanas feitas por um pedreiro numa aldeia da Cisjordânia.


No entanto, as balas que perfuraram a área no portão de Zion na guerra de 1948, quando os soldados israelenses perderam o bairro judeu para os jordanianos, foram deixadas lá. Assim como brechas em que falcões e andorinhas fizeram seus ninhos.


Durante a limpeza das pedras, os restauradores de se deparam com arquiteturas de diferentes períodos como os leões esculpidos no portão de Lion Gate que eram sobras do século XIII época dos Mamelucos.








Nas obras no portão de Damasco as equipes trabalharam por dez meses e na maior parte durante a noite, para não prejudicar o mercado palestino que funciona do lado de dentro do portão. Ali, ao restaurar uma pedra enegrecida foi vista uma inscrição em árabe que dizia: “Não há Deus senão Alá e Maomé é o mensageiro de Alá”.





 
As esculturas ornamentais nas paredes do portão de Jaffa são obras de pedreiros do período dos Cruzados e as inscrições que puderam ser vistas  X LEG diz respeito unidade da 10ª Legião no Império Romano que acabou com a revolta judia e destruiu o Templo de Jerusalém no ano 70 EC






O trabalho da Arqueologia de Israel encontra certas oposições, principalmente em Jerusalém Oriental, porque isso implica em afirmar que Israel tem prioridade sobre essa parte da cidade, aonde os líderes palestinos alimentam a esperança de estabelecer uma capital. Mas no caso do muro não houve muita resistência.

Durante o processo de restauração o muro também foi mapeado por um equipamento a laser em 3-D para localizar cada pedra e alguma saliência perigosa.

A reedificação de Jerusalém na época de Neemias também foi um período de renovação política, social e espiritual. Assim esperamos que o desejo, e porque não dizer, a oração de Neemias se cumpra nos dias de hoje: “... O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós seus servos nos levantaremos e edificaremos...”  (Ne 2.20).

Quanto a mim desejo e oro pela paz em Jerusalém e que “haja paz dentro de seus muros e prosperidade dentro de seus palácios”  Salmo 122.7


Marion Vaz


Nos links abaixo você pode ver os portões da cidade de Jerusalém:




2 comentários:

  1. Estive no mês passado em Israel e fiquei muito impressionado com o amor com que os israelenses cuidam do seu pais. Israel é muito bonito e desejo voltar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, obrigada por comentar. Realmente Israel é um lugar abençoado por D-us e como diz o salmista: "prosperarão aqueles que amam Jerusalém"
      O blog Eretz Israel está de "portas" abertas, volte sempre que quiser. Shalom.

      Excluir