sábado, 6 de agosto de 2011

Tishá BeAv - Período de Reflexão


 

Lamento pela destruição do Templo

Tishá BeAv, o nono dia do mês hebraico de Av, é tradicionalmente um dia de luto. 

Alguém pode tentar compará-lo à 'sexta-feira, 13', por ser um dia de extrema má sorte ao longo da História Judaica. Esta não é, no entanto, uma comparação adequada, já que o judaísmo não acredita neste tipo de sorte ou superstição, mas sim que, o homem é, em grande parte, senhor de seu ambiente e responsável por suas próprias ações.
Esta idéia é refletida na destruição dos dois Templos. O primeiro foi construído pelo Rei Salomão, uma vez que seu pai não teve permissão de construí-lo, por ter as mãos "sujas de sangue", pelas diversas guerras em que lutou. Não seria próprio para o Templo, um símbolo da Paz, ter sido construído por um guerreiro.

 
Ainda assim, o primeiro Templo foi destruído em guerra, pelos babilônios, e o exílio resultante durou setenta anos. O Talmud relata que a razão para a destruição do Templo foi a busca dominante pela idolatria, imoralidade e crimes.

 

  

O segundo Templo foi destruído, de acordo com as fontes da tradição, por uma única razão: "sinat hinam" ou ódio sem motivo.
  






O primeiro Templo durou 420 anos, enquanto o segundo durou 410. Durações com diferença de apenas dez anos. Dez é o número de judeus necessários para um minian (quórum mínimo necessário para uma reza, para uma comunidade judaica). A falta de compaixão e o ódio da época destruíram o senso de comunidade do Povo Judeu.

Pareceria que D'us viu as transgressões que destruíram ambos os Templos no mesmo nível, e, de fato, poderia ser argumentado que o ódio era uma ofensa mais grave (o primeiro exílio durou 70 anos, enquanto o segundo...)

O Judaísmo acredita que há dois tipos de mandamentos - os que regulam as relações interpessoais, e os que regulam a relação entre o indivíduo e D'us. São como duas pernas. Pode ser possível se sustentar com uma só, mas para dar um passo a mais na evolução espiritual, devemos nos sustentar nas duas ao mesmo tempo.

Se quisermos fazer este dia relevante, devemos olhar para nós mesmos claramente, independentemente de nosso passado, e nos perguntar o que fizemos para sobrepor a enormidade da destruição. 



Historicamente, este dia marca diversas tragédias:
· A idolatria ao bezerro de ouro
· O retorno dos espiões da Terra Prometida, e seu relatório negativo - contrário à crença na habilidade de D'us nos ajudar no mundo físico, e a rejeição da Terra de Israel como foco da nossa liberdade.
· 586 a.e.c. - Destruição do Primeiro Templo pelos babilônios.
· 70 e.c. - Destruição do Segundo Templo pelos romanos e o início do Exílio.
· 135 e.c. - queda de Betar, o último reduto da Revolta de Bar Kochva. Centenas de milhares de judeus foram mortos ou exilados, neste período, e a última esperança de reconquistar a independência dos romanos foi destruída.
· 136 e.c. - Jerusalém foi destruída e a cidade romana de Aelia Capitolina estabelecida em seu lugar.
· 2 de Agosto de 1492 - os Judeus foram expulsos da Espanha.
· 26 de Julho de 1555 - O Gueto foi estabelecido em Roma. O Papa Paulo IV, força todos os judeus a se mudarem para uma área mal cheirosa próxima ao Rio Tiber. Os judeus foram forçados a pagar pelo muro que cercava o Gueto.

Muitos judeus usam o 9 de Av como um dia para parar e refletir na natureza da tragédia em geral, e, mais especificamente, nas tragédias que recaíram sobre o povo judeu. É um período de reflexão e redescobrimento da unidade do Povo Judeu. Tradicionalmente, jejua-se de pôr-do-sol a pôr-do-sol, lê-se o Livro das Lamentações (atribuído ao Profeta Jeremias, que detalha os julgamentos e o terror da destruição do Primeiro Templo), e, além disso, abstém-se de atividades como ouvir música, sentar-se em cadeiras confortáveis e relações sexuais.

Há uma história de Napoleão relacionada a esta idéia de luto:

Um dia, no dia 9 de Av, ele estava andando em frente a uma sinagoga e perguntou por que os judeus estavam se lamentando? E lhe foi dito que estes lamentavam a destruição do Templo. Quando ele foi destruído? - Perguntou Napoleão. Há 1.800 anos, foi a resposta. Faço meus votos de que este povo tenha como destino sua própria pátria, pois já se viu outro povo manter vivo um luto e esperança similares por tantos anos?


Fonte: Texto extraído da Webjudaica.com

Organização Sionista Mundial

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