sábado, 20 de agosto de 2011

Perfume – O Sagrado e o Profano



A origem da palavra perfume vem do latim: “per fumum”-  pela fumaça –o que nos  lembra que o perfume começou com “incenso” uma fragrância ofertada como sacrifício aos deuses, que possivelmente retrocede ao passado na história da humanidade: uma época em que tribos indo-européias ofertaram aos deuses substâncias com aroma agradável. Na história chinesa esses fatos podem ser confirmados pelas escavações recentes que encontraram materiais aromáticos em túmulos.

Nos dias de hoje, qualquer tipo de perfume em seus variados frascos são vendidos em drogarias, lojas, supermercados e em muitos outros lugares e principalmente, através de revendedores. O perfume, masculino ou feminino e até infantil abriu um mercado promissor na área comercial.

Encontramos no livro de Êxodos a construção do Tabernáculo e seus utensílios. No capítulo trinta (vs 22-26) observamos as instruções para a composição óleo santo para unção e a partir do versículo 34-36 o incenso para uso e instruções específicas para o serviço divino. Assim, os primeiros sacerdotes, Arão e seus filhos, foram ungidos com “óleo sagrado”. Samuel ungiu Saul e Davi para serem reis em Israel.

Em Em Gedi foram criadas plantações de bálsamos para o rei Josias. O referido bálsamo passaria a ser usado com fins medicinais. Escavações recentes descobriram nas colinas de Em Gedi, uma oficina completa com seus vasos e fornos para destilação do bálsamo.

As caravanas concorriam a Gileade, uma região pedregosa de território montanhoso ao oriente do Jordão. Os ricos comerciantes e enviados de reis e rainhas ou mesmo pessoas comuns, em busca do milagroso bálsamo de poderes medicinais. O bálsamo, de Gileade, era especiaria de luxo, presente valioso e usado também por mulheres egípcias que utilizavam o óleo para perfumar o corpo e os cabelos. Alguns povos utilizavam o bálsamo de Gileade para fabricar incenso e ofertavam-no em rituais pagãos.   

A Planta Cistus Creticus (nome cientifico) que é associada ao bálsamo de Gileade, era comum na região oriente do Jordão. As folhagens são muito perfumadas e algumas espécies exalam goma ou resina.

Os ingredientes de perfume ou incensos eram tão preciosos no mundo antigo que, muitas vezes, ultrapassavam o valor de ouro e prata. Eram usados para presentear reis como no caso da rainha de Sabá que trouxe perfumes a Salomão. A história no NT afirma que uma mulher derramou um frasco de ungüento de nardo puro sobre Jesus (Mc 14.3). 

O Talmud descreve a profissão de negociante de perfume como uma ocupação agradável. O Midrash informa que uma mulher usava o perfume no calcanhar para aumentava o poder de sedução. A literatura rabínica menciona um perfume extraído de uma glândula de um animal chamado Moshus natural do Nepal e Tiber.

O óleo perfumado para uso profano chamava-se de “óleo de boticário”. No livro de Provérbios encontramos o “óleo da alegria”.

No livro de Cânticos (1.13) encontramos um perfume em forma de grãos: Mirta. Algumas plantas para produção de perfumes eram importadas de longe, mas na terra de Israel encontramos a rosa, o narciso e o jasmim. A Bíblia informa uma variedade de substância utilizadas na fabricação de perfumes como a mirra, bálsamo condimentado, moshus, jacinto, amêndoas, canela, cálamo.

Os perfumes regionais na maioria eram os mais preferidos apesar da abundância e diversidade deles. O lírio (shoshana) “que só existia por causa do seu aroma” e que enfeitavam as mesas nos feriados judaicos e no shabat.

No Salmo 133 o “óleo precioso” usado na unção de Arão foi comparado à união entre os irmãos, algo tão bom, tão importante e indispensável como o orvalho que descia da região do Hermon aos montes de Tzion.


Parte do artigo de Frederick R. Lachman – Articulista do Jornal AufBau – Alemanhã

Traduzido por Vera Gottheim  - Revista Herança Judaica – páginas 47-50

Fonte das demais pesquisas: www.google.com



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