domingo, 30 de maio de 2010

Jerusalém pertence a todos - Osias Wurman

A todos que praticam a fé monoteísta, sejam judeus, católicos ou muçulmanos, a cidade de Jerusalém, lembrada e cantada como sagrada, eterna, de ouro e da paz, é um dos maiores e mais antigos tesouros da religiosidade, tendo sido palco dos mais importantes eventos para estas religiões.


Para os judeus, a capital do reino de David, que conquistou Jerusalém há mais de 3000 anos, abriga as ruínas do templo do Rei Salomão, considerado o local mais sagrado do judaísmo. Segundo a tradição judaica, foi deste local que o Criador coletou o pó da terra para fazer surgir o primeiro ser humano a sua semelhança : Adão. Foi, também, onde seu filho Caim matou por inveja seu irmão Abel. O local também foi palco de uma das mais importantes passagens bíblicas que relata a lealdade do patriarca Abraão à Deus, quando levou seu filho Isaac para sacrificá-lo em louvor ao Senhor. Para os muçulmanos, a Mesquita de Omar, construída sob o espaço outrora ocupado pelo Grande Templo, representa o terceiro mais sagrado local depois de Meca e Medina. Conta a tradição muçulmana que o profeta Maomé teria subido deste local para os céus. Para a fé cristã, a Igreja do Santo Sepulcro marca o local onde Jesus foi crucificado e ressuscitou.

Na população atual da cidade encontramos uma acentuada predominância de judeus, que totalizam 450 mil pessoas, seguidos dos muçulmanos com 185 mil e apenas 14 mil cristãos. Ao longo de três milênios, os judeus foram o único povo a considerar esta cidade como sua capital política e espiritual. Mesmo durante os 2000 anos de exílio judaico, sempre existiram grupos de seguidores das leis mosaicas morando em Jerusalém. Para comprovar textualmente a importância de Jerusalém para os judeus, comparada com as co-irmãs monoteístas, basta contar as 657 vezes em que é citada no Velho Testamento, 154 vezes no Novo Testamento e sem menção no Corão.



Independentemente à notória prevalência judaica nas raízes desta sagrada cidade, cabe às três religiões o mesmo direito de livre acesso e de auto-administração de seus locais sagrados, seguindo rigorosamente os ditames, de suas crenças.


É para garantir este estado de liberdade de acesso e segurança total que o governo de Israel insiste em manter a soberania política sobre a totalidade da região. Vale lembrar que até Julho de l967, quando a Cidade Velha foi liberada do domínio Jordaniano, durante a Guerra dos Seis Dias, os locais sagrados para os judeus como o Muro das Lamentações, eram mantidos em péssimas condições de manutenção e proibido o acesso de israelenses à estes locais. Até sanitários existiam defronte às ruínas do Grande Templo de Salomão.

(...)

Todos os locais sagrados estão situados na Cidade Velha de Jerusalém que, atualmente ,representa menos de 1% da área total da cidade. A proposta de dividir ou internacionalizar a cidade é, portanto, absolutamente desnecessária e inaceitável para Israel que ali mantêm sua capital há 52 anos, e que vem garantindo o livre acesso e a ordem interna.

A importância desta cidade para o povo judeu já era cantada nos Salmos que dizem: “Se eu te esquecer, Jerusalém, que minha mão direita esqueça sua perícia”. Indiscutivelmente a Cidade Velha de Jerusalém, pela sua história de fé e devoção – conta hoje com mais de 2 bilhões de seguidores em todo mundo – pertence a todos os povos amantes da paz e deve permanecer eternamente sob a custódia dos que sabem respeitá-la : os descendentes da religião do Rei David.

Osias Wurman

Ver o artigo completo na http://www.pletz.com/blog/jerusalem-pertence-a-todos-por-osias-wurman/

. Imagens acrescentadas pelo blog

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