segunda-feira, 17 de maio de 2010

Judaismo

As origens do Judaísmo moderno remontam a Abrão, o primeiro patriarca hebreu com quem o El Berith fez uma aliança eterna - a circuncisão. Com a tomada de Jerusalém e a destruição do Templo, representou uma etapa importante na vida política e religiosa do povo judeu, que privados de seu lugar de culto, viram-se obrigado a desenvolver a vida religiosa em torno da Torah e da sinagoga. Os rabinos que já realizavam um papel importante na Palestina e na Babilônia, passaram a conservação dos princípios e da tradição judaica. Conservando as leis contidas na Torah e desenvolvidas no Talmud, os judeus continuam guardando suas tradições e festas cerimoniais.

A presença judaica constante na Palestina tinha um caráter religioso. Os peregrinos chegavam para orar e fixar residência. Logo, vários núcleos surgiram. O mais importante deles, era a pequena cidade de Safed na Alta Galiléia. No final da Idade Média Safed tornou-se um afamado centro do misticismo judaico, a Cabala.

Apesar de suas ramificações, o judaísmo defende um conjunto de doutrinas que o distingue de outras religiões: a crença monoteísta, e a eleição de Israel como povo escolhido para receber a revelação da Torah os mandamentos de Deus. Mas o que é judaísmo? Isaac Izecksohn responde: Judaísmo é mais que uma religião. “É um sistema de vida cotidiano com regras de comportamento higiênico, dietético, conjugal e social. Um sistema que eleva moralmente o judeu, ao mesmo tempo que o treina na obediência a diversas restrições tornando-o resistente a paixões, tentações e vícios. É também uma escola de justiça social, de respeito à pessoa humana.”

Criadas e desenvolvidas conforme o tempo e os eventos históricos sobre a comunidade judaica, as diversas tradições e doutrinas dentro do judaísmo são seguidas em maior ou em menor grau pelas diversas ramificações judaicas conforme sua interpretação do judaísmo.

Hoje o judaísmo é praticado por mais de treze milhões de pessoas em todo o mundo (2007). Alguns ramos do judaísmo defendem que no período messiânico todos os povos reconhecerão o Eterno como único Deus. Ainda que o judaísmo só vá ser chamado como tal apenas após o retorno do cativeiro dos judeus, na Babilônia, de acordo com a tradição judaico-cristã a sua origem realmente está associada a chamada de Abraão.

Após o exílio, houve o retorno da comunidade judaica para a Judéia aliado a uma renovação espiritual, que desencadeou diversos eventos que seriam fundamentais para o surgimento do judaísmo como uma religião mundial. Entre estes eventos podemos destacar o estabelecimento de um cânon das Escrituras por Esdras, a reconstrução do Templo em Jerusalém e a adoção da noção do "povo judeu" como povo escolhido e através do qual seria redimida toda a humanidade.

As várias seitas que se destacavam no primeiro século antes da Era Comum, disputavam a liderança entre os judeus e, em geral, todas elas procuravam uma salvação messiânica em termos de autonomia nacional dentro do Império Romano: os fariseus, os saduceus os zelotes os essênios Foram os fariseus que obtiveram grande influência dentro do judaísmo, já que após a destruição do Templo de Jerusalém a influência dos saduceus diminuiu. Com o controle da maior parte das sinagogas promovem sua visão de judaísmo, do qual surgiu o judaísmo rabínico. Estes codificaram suas tradições orais nas obras conhecidas como Talmude.

Outro grupo religioso era chamado de samaritanos. Eles continuaram a professar sua forma de judaísmo.

Os judeus também foram se diferenciando ao longo do tempo, em grupos étnicos distintos: os asquenazitas (judeus da Europa e da Rússia), os serfaditas (judeus da Espanha, Portugal e do Norte de África), os judeus do Iêmen, a extremidade sul da península Arábica e diversos outros grupos. Esta divisão é cultural e não se baseia em qualquer disputa doutrinária, mas acabou levando a diferenças na visão de cada comunidade sobre a prática do judaísmo.

O surgimento do Cristianismo no século I da Era Comum se desenvolveu separadamente, como também foi perseguido pelo Império romano. Com a aceitação do Cristianismo como religião oficial do império no século IV desencadeou um conflito que tinha o objetivo de extirpar o paganismo.

A visão do Judaísmo como uma religião que teria desprezado Jesus levou a um constante choque entre as duas religiões. Deu-se início ao mito do deicídio e uma política de converter judeus à força que culminava na expulsão, espoliação e morte, caso não fosse aceita a conversão, o que aconteceu em muitos países. Esta visão antijudaica era compartilhada tanto pelo catolicismo, quanto pelos protestantes (denominação que surgiu no século XVI).

Apesar das diferenças, existe certa unidade nas várias denominações judaicas que surgiram nos dois últimos séculos. Cada uma delas tem uma diferente visão sobre que os princípios que devem um judeu seguir e viver a sua vida. Quanto ao judaísmo rabínico que surgiu do movimento dos fariseus após a destruição do Segundo Templo e que aceita a tradição oral além da Torah escrita, é o único que hoje em dia é reconhecido como judaísmo, e é comumente dividido nos seguintes movimentos:
•Judaísmo ortodoxo
•Judaísmo conservador
•Judaísmo reformista


A Torah é considerado o livro sagrado que foi revelado diretamente por Deus a Moisés. A Torah contém 613 Mishvot a serem observados pelos judeus. Dos quais 248 são afirmativos e 365 negativos. Em seu conteúdo os 613 preceitos podem ser classificados em três categorias: Leis morais e éticas, leis referentes às festas como Pessach, Shavuot, sucot, Purim e leis e mandamentos que estabelecem, por exemplo, o conjunto de leis dietéticas.



O Talmude é o livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários.


A sinagoga

É o local das reuniões religiosas da comunidade judaica, um hábito adquirido após a conquista de Judá pela Babilônia e a destruição do Templo. Com a inexistência de um local de culto, cada comunidade desenvolveu seu local de reuniões, e a sinagoga tornou-se o centro de vida comunitária das comunidades da Diáspora. Em sua estrutura destaca-se o rabino como líder espiritual dentro da comunidade judaica e o chazam (cantor litúrgico).

Vestimentas

O povo judeu se distingue através de alguns símbolos usados com parte de sua vestimenta. O kipá é um deles, usado principalmente pelos judeus rabínicos em declaração ao temor a Deus. O Talit é um xale usado para fazer orações. O Tzitzit são franjas presas nas roupas para serem vistas com o propósito de lembrar ao homem os 613 mandamentos da Torah. O Tefilin são caixas adaptadas a tiras de couro usadas durante a oração. Podem ser presas na cabeça (Tefilin shel rosh) ou enrolados nos braços e na mão (Tefilin shel yad).



Menorah
O candelabro de sete braços é um dos mais importantes símbolos da fé judaica. Ele está presente desde o tempo do Tabernáculo até os dias de hoje.




Mezuza É uma caixa tubular que pode ser feita de madeira, vidro ou metal que contém um pequeno pedaço de pergaminho com 22 linhas onde estão escritas passagens bíblicas que fazem parte do shema (Dt 6.4). A Mezuza é também um símbolo da fé judaica. E posta na parte superior direta da porta de entrada de cada lar judaico. É costume tocar nela quando se sai ou entra em casa. O significado religioso é lembrar ao homem da unicidade de Deus.


Shofar É um instrumento feito de chifre de carneiro. Faz alusão ao carneiro sacrificado por Abraão em lugar do seu filho. O toque do shofar é o único mandamento específico para o Rosh Hashaná. Nos tempos antigos o toque do shofar era usado para anunciar eventos importantes ou para alarme de guerra.



Marion Vaz

http://en.wikipedia.org/wiki
http://portaljudaico.com

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