sexta-feira, 11 de março de 2011

Terceiro Templo de Jerusalém


Em solo brasileiro uma obra que pela magnitude tende a atrair não só fieis, como turistas de todo mundo estaria definindo um novo marco na história ou apenas substituindo um dos legados mais importantes da religião judaica?



“Anuncios de seus planos de construir uma réplica gigante do Templo de Salomão foi notícia em jornais e na Internet. Estímasse que o custo é de R$ 360 milhões para uma obra de 55 metros de altura (18 andares) com lugar para 10.000 pessoas e um estacionamento para 1.000 carros, estúdios de TV e rádio, e salas com espaço para 1.300 alunos”.


O gasto para importar pedras de Israel, ultrapassa 14,4 milhões de reais e no auge de seu delírio além da fachada da igreja ser inspirado no Templo do Rei Salomão, a obra contará com uma replica da Arca da Aliança no centro do santuário.





Para o rabino Chaim Richman do Instituto do Templo em Jerusalém a obra tenta tirar a legitimidade da relação de Israel com a cidade de Jerusalém.













Ao citar Isaias 2:2: ”Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido nos cimos dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos. Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à casa do Deus de Jacó, porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém”, o rabino insiste que tal “réplica” ofende e muito o sentimento religioso daqueles que almejam ver o Templo do Senhor ser reconstruído no Monte Moriá.





Tal indignação tem sua justificativa na própria História de Israel que desde os primórdios vem conservando suas tradições e culto religioso. As diversas e adversas intervenções na área política e religiosa no decorrer dos anos não desmotivaram os judeus na Adoração ao Eterno D-us.






O Templo (tanto de Salomão como o de Jerusalém, destruídos em Tisha BeAv) é a fonte de inspiração, fé e esperança, que hoje tem seu simbolismo no Kotel - Muro Ocidental – último vestígio do Segundo Templo - um lugar que se tornou ambiente de oração e devoção religiosa do povo judeu. Interessante notar que, independente de origem, raça e credo religioso um número infinito de visitantes incluem-no em seu roteiro turístico todos os anos e não hesitam em colocar orações em pedaços de papeis nas brechas do muro.




Tanta devoção religiosa recebe essa afronta do bispo que, talvez por questões pessoais, resolveu fazer uma Igreja com a fachada do Templo de Salomão. Para os religiosos em Israel se constituiu grave ofensa desvincular o Templo da cidade de Jerusalém.



Ao olharmos o Monte do Templo ocupado pelo Domo da Rocha consideramos que ainda existe um longo período de espera para que se realize o sonho da reconstrução do Terceiro Templo. Talvez seja essa falta de respeito ao sofrimento do povo de Israel que me incomode.



Como também era de se esperar, muitos cristãos apóiam essa iniciativa e já estão ansiosos por ver a Igreja pronta. Percebemos que após a sua conversão ao Cristianismo, de um modo geral o homem tende a ignorar os Mandamentos de Deus dados a Israel. Muitos já se dispõe a julgar o Antigo Testamento obsoleto em virtude da Nova Aliança anunciada no Novo Testamento.

Assim, Judaísmo X Cristianismo e vice versa se constituem uma auto defesa de religiosos. Atitude que vem corroendo e mutilando as verdades bíblicas em função de dar mais autenticidade a cada fé. O que mais me incomoda é ter que ouvir e ver frases cuja idéia central é denegrir a imagem de Israel, o que de tantas e variadas formas assustadoramente tem se repetido ao longo da história.

Agora em solo brasileiro a obra que pela magnitude também tende a atrair não só fieis, como turistas de todo mundo estaria definindo um novo marco na história ou apenas substituindo um dos legados mais importantes da religião judaica?

Para entender melhor esse choque cultural entre Ocidente e Oriente e a devoção religiosa desse povo milenar faz-se necessário e permita-me usar a frase: “Nascer de novo”! Não só no sentido espiritual a que se referiu o próprio Jesus, mas num sentido mais amplo que inclua o respeito às diferenças.

O propósito desse artigo não é criticar a Igreja Universal ou desmerecer a fé cristã, mas sim permitir ao leitor uma visão mais ampla no que diz respeito a essência da fé judaica que vê na própria Jerusalém, o lugar em que D-us escolheu para nela colocar o seu nome para sempre e que a reconstrução do Templo faz parte das profecias bíblicas.

Assim, vamos dar um passeio pela história do Instituto do Templo e entender que tal reconstrução além de um propósito tem também um processo ritual baseado nos textos sagrados da Tanach. A forma meticulosa dos preparativos acrescido do temor a D-us, exige fé e apego ao sagrado diferente de um projeto arquitetônico faraônico que se possa chamar de: “ lindo, lindo, lindo. A coisa mais bonita de todas!” - Expressão usada pelo bispo em uma reportagem.

Em junho de 1967 na Guerra dos Seis Dias, o rabino Yisrael Ariel era um jovem soldado da brigada pára-quedista, chefiada pelo general Motta Gur, que libertou a Cidade Velha de Jerusalém. Ele foi um dos primeiros soldados a chegar ao Monte do Templo e descreve como um momento marcante universalmente para todos os judeus, mas que, pessoalmente para ele, era o retorno do povo judeu ao único lugar na terra que Deus escolheu para Si mesmo, para começar a retomada do serviço Divino.

Aquele momento foi um prenúncio para o nascimento do Instituto do Templo cujo objetivo principal é a reconstrução do Terceiro Templo de Jerusalém. Para isso o Instituto informa passo a passo todos os avanços nas áreas de conscientização da população judaica sobre a necessidade do Templo e também a reconstrução de todos os objetos sagrados (dos quais 102 já estão prontos), bem como vestes sacerdotais e adereços. Outra iniciativa importante foi renovar uma tradição de no mês de Adar a contribuição de meio-shekel para a reconstrução do Templo sagrado, como foi no passado.

Originais podem ser vistos na exposição do Instituto “Tesouros do Templo” localizada no bairro judeu na cidade de Jerusalém, mas para nosso deleite vamos ver alguns deles:


MENORAH, o Candelabro para o Templo, feito de ouro, em tamanho real, tal qual se apresentava nos dois Templos anteriores, no momento final da preparação com a presença de três rabis membros do Instituto do Templo.








No Yom Kippur, o Sumo Sacerdote chega na caixa de loteria e escolhe lotes. Assim, é determinado que bode vai ser usado como uma oferenda a Deus, e que será enviado para Azazel, como expiação pelos pecados do povo.






O sacerdote recolhe o sangue do sacrifício para a Mizrak, e depois derrama o sangue para o canto do altar.







O serviço diário do templo inclui a limpeza das sete xícaras de óleo a Menorá,(em hebraico, Hatavah). A embarcação inclui uma pinça e um pincel.






No lado norte do Santuário está a mesa do pão feita de madeira, recoberta de ouro. Sobre ela são colocados doze pães de pão. Cada sábado, os pães são simultaneamente removido e substituído por pães frescos, de modo a assegurar que os pães ficam "eternamente" em cima da mesa.










O altar do incenso, feito de madeira coberta de ouro, é empregada em que se considera ser o aspecto mais amado do serviço do Templo nos olhos de D'us: a oferta de incenso.





Esta pá é usada para remover brasas do altar exterior. O sacerdote então carrega os carvões sobre esta pá para o santuário, onde o carvão é usado no altar do incenso de ouro.







A arca da aliança é o único objeto que é colocado dentro do Santo dos Santos. Uma vez por ano, no Yom Kipur, o Dia da Expiação, o Sumo Sacerdote entra no Santo dos Santos, pedindo a Deus para perdoar os pecados de toda a casa de Israel.




Feita de madeira coberta de ouro, que continha em seu interior, durante o período do Primeiro Templo as duas Tábuas da Lei, bem como um recipiente contendo Mannah, e a vara do Aharon






O Instituto do Templo também completou a complicada tarefa de unir o éfode às pedras lembrança, e fixação do peitoral.







Marion Vaz


Fontes:

http://noticias.gospelmais.com.br
http://www.templeinstitute.org/main.htm
http://www.jerusalemshots.com/



3 comentários:

  1. SHALOM ADONAY!
    Sou militar e também Cristão, no entanto não aprovo o templo e os demais métodos da "Universal do Reino de Deus", não é nem igreja... aquilo, digo isso apenas para não ser confundido com eles...
    Mas, o que sempre me intrigou, é o fato de na guerra dos seis dias, os israelenses não removerem, aquela mesquita que está ainda hoje no monte do templo, profanando aquele lugar especial para Judeus e Cristãos.

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  2. Bom, pelo visto, JESUS CRISTO RESSUSCITADO, YAHUSHUA, não é mesmo o CORDEIRO DE YAHUH QUE TIRA O PECADO DO MUNDO, não é? Com a palavra, YAHUH,YAHUSHUA e RUACH! Nada mais tenho a dizer!

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    1. Desculpe, mas não entendi seu comentário. Todo conteúdo do blog Eretz Israel é judaico para dar ao leitor mais entendimento sobre Israel e do povo judaico. Por isso a matéria sobre o Terceiro Templo. Não temos a intenção de desmerecer a fé e as demais religiões. obrigada por visitar o blog.

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