sábado, 10 de março de 2012

Purim - Um Pingo de Sabedoria




Depois que aconteceu o milagre de Purim e Haman foi derrotado, a Meguilá nos relata a alegria do povo de Israel: Para os judeus houve luz e alegria, júbilo e honra. O Talmud explica que neste versículo há uma alusão às quatro mitzvót que Haman baniu por decreto e que com sua queda, os judeus voltaram a cumprir sem qualquer receio: Luz: Torá; Alegria: as datas festivas; Júbilo: a circuncisão e honra: os tefilin.

Cada uma destas quatro mitzvót é um símbolo da aliança que o Todo Poderoso estabeleceu com o povo judeu. Justamente por isso Haman decretou contra elas, pois não podia suportar a peculiaridade do povo judeu expressa na ligação especial com o Todo Poderoso.

Pode-se até pensar que estas mitzvót, que representam um sinal entre o povo judeu e o Altíssimo, não existam entre os povos gentios, assim demonstrando a singularidade do povo de Israel. Na realidade todos estes preceitos têm um paralelo entre outros povos: Torá: palavras de sabedoria também há entre as outras nações do mundo; Dias festivos: também são comemorados pelos gentios. Tefilin: muitos povos costumam portar símbolos específicos mostrando a que tribo ou nação pertencem. Surge então a pergunta: de que maneira estes sinais caracterizam a singularidade do povo judeu?

Quando não há semelhança entre os judeus e os gentios não há necessidade de um símbolo que os diferencie, este surge justamente quando há uma aparente similaridade, expressa por elementos que têm paralelo nos costumes dos demais povos do mundo.

Disto concluímos que os elementos materiais da simbologia judaica, apesar de manterem uma aparente similaridade com os dos gentios, estão trespassados de santidade, tornando sua essência totalmente diferente.

TORÁ: para os povos do mundo, a Torá denota sabedoria ligada ao intelecto, enquanto que para os judeus, seu essencial está acima do intelecto, mas na fé de que a Torá foi outorgada por Hashem no monte Sinai e contém em seu interior a sabedoria do Todo Poderoso, muito acima da humana.

ALEGRIA DE UMA DATA FESTIVA: Os gentios relacionam estas ocasiões a festas em que se libertam de um fardo de responsabilidade, enquanto que para os judeus, a alegria jamais leva a menosprezar o temor e o respeito ao Divino.

CIRCUNCISÃO: Maimônides diz que a circuncisão enfraquece, naquele em que é realizada, a vontade mundana, por isso quando os gentios, quando a realizam, ficam entristecidos. Os judeus, ao contrário, na mesma ocasião se alegram - "Eu rejubilo Teu dito" (Salmos 119-162). A circuncisão é jubilo.

TEFILIN - Os gentios usam os símbolos visando também embelezar-se com eles. Os judeus usam os Tefilin pretos, com tiras pretas, mas dentro deles está escrito: "SHEMA ISRAEL ADO-NAI ELO-KEINU ADO-NAI ECHAD".

Aí está a singularidade do povo judeu. Estes são os sinais que expressam sua importância e o diferenciam dos outros povos.

(Baseado no Likutei Sichot Vol. 3 do Rebe de Lubavitch)


Autor: Rabino Yehuda Kamnitzer 


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