segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O Milagre da Vida


Com a proximidade da festa judaica de Chanuká e da festa cristã do Natal, algumas pessoas tendem a achar que existe uma correlação entre elas. Pelo menos foi o que eu pensei ao ver certo programa de televisão para jovens e adolescentes. Os participantes, na maioria cantores de grupos musicais, fizeram uma verdadeira “salada de frutas” para, talvez, mostrar interesse pelas duas festas e não perder a audiência dos dois diferentes e específicos grupos de adolescentes.

Os quadros apresentados mostraram tanto a festa cristã como a judaica de forma alternada, mas como se tivessem o mesmo sentido religioso. Como brincadeira foi até algo interessante, mas eu dispenso. 

A festa cristã do Natal fala do nascimento de Jesus, que a propósito era judeu da cidade de Belém de Judá e que numa época em que Israel gozava de liberdade religiosa, mas com certas restrições, Jesus resolveu intervir na vida religiosa do povo mostrando uma mensagem caracterizada no amor ao próximo e na fé no Eterno D-us de Israel. Até aí tudo bem, o que complicou a situação de Jesus foram os constantes conflitos com os membros do Sinédrio, Fariseus e Saduceus, e suas curas no Shabat.  

O que para cristãos foi denominado como perseguição ao “filho” de D-us para os judeus era apenas um meio de manter o domínio sobre a situação antes que tais manifestações chegassem aos ouvidos da corte romana e alterasse definitivamente o "status" de liberdade existente. Porém, segundo a doutrina cristã, Jesus deveria mesmo morrer numa cruz para salvar a humanidade e reaver para D-us o homem perdido em seus pecados.

Controvérsias a parte sobre o desenvolvimento do Cristianismo no decorrer dos anos,  os observadores da  religião judaica permaneceram fiéis aos Mandamentos de D-us dado a Moisés e suas tradições até os dias de hoje. O que inclui a festa de Chanukah, na qual se traz a memória o milagre das luzes. 

Ao retomar o poder sobre a cidade de Jerusalém e sobre o Templo no ano de 165 antes da Era Comum através de Judas Macabeus, decidiram acender as velas do Menorah. No entanto, a quantidade de óleo num pequeno frasco não seria suficiente para manter acesa a chama pelo período que necessitavam para fabricar e santificar o novo óleo para o Templo. Mas o milagre aconteceu e por oito dias as luzes não se apagaram. 

Esse milagre comemorado hoje quando acendemos as nossas chanukias também é o milagre da continuidade não só do próprio povo judeu como de suas tradições no decorrer dos anos. 

Independente das diferenças religiosas, talvez esse seja o único elo entre as duas festas comemoradas no mês de dezembro: O milagre da vida!


Marion Vaz


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