quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Chanuká


Celebrando Chanuká

Chanukah simboliza a luta de poucos contra muitos, dos fracos contra os poderosos, a luta pela liberdade de culto - a eterna luta do povo judeu por sua existência.

Os Macabeus rejeitaram idéias pagãs que ameaçavam a continuidade do Judaísmo, porém incorporaram o que era compatível com valores judaicos.

Conseguiremos desenvolver uma identidade que nos permita conviver com o mundo exterior sem nos sentirmos ameaçados e, ao mesmo tempo, apreciar e assimilar o que há de bom em volta? Dependendo de como internalizamos os valores judaicos podemos interagir com o mundo como judeus e como cidadãos universais. No dizer do Rabino Sobel, a luta dos Macabeus ensina que "particularismo e universalismo não são mutuamente exclusivos. Não podemos e não devemos optar entre o gueto e a assimilação."



* Acendemos a chanukiá.

A festa dura oito dias. À noite, acendemos com uma vela auxiliar (shamash) um candelabro de oito braços (chanukiá ou menorat chanucá). Na primeira noite acendemos uma, adicionando outra a cada noite, até a oitava, quando acendemos todas as velas. Uma chama é suficiente para acender a fé e, sendo pura, veremos sua luz aumentar dia a dia. Chanucá é chamada também Chag haUrim, a Festa das Luzes.

A maioria das pessoas usa velas normais de parafina na chanukiá. Outros preferem acender pavios dentro de óleo, em recordação ao milagre no Templo. A azeitona e seu óleo são símbolos do Povo Judeu, porque conseguimos o azeite mais puro prensando a azeitona com força. Na vida sofremos muita pressão e, às vezes, é nas horas perto de quase ruptura, que nossas melhores características despontam e brilham. Perseverar e sobrepujar enormes pressões são desafios decisivos da vida e um tema recorrente na História Judaica.

* Cantamos e rezamos Hanerot Halalu ou Al haNissim (pelos milagres) e Maoz Tsur.

A tradução de Hanerot Halalu (Estas velas) é: "Nós acendemos estas velas pelos milagres e feitos maravilhosos que realizaste para nossos antepassados, naqueles dias, nesta época, por intermédio dos Teus sacerdotes. Durante os dias de Chanucá estas luzes são sagradas e não nos é permitido fazer outro uso delas, apenas olhá-las para podermos agradecer e louvar Teu grande Nome, por Teus milagres, teus feitos maravilhosos e Tuas salvações".

Maoz Tsur (Rocha Poderosa) é um louvor a D'us por ter nos libertado sucessivamente da opressão egípcia, babilônica, persa e helenista. Como as letras iniciais das estrofes formam a palavra Mordechai, supõe-se que seja o nome do autor. A poesia foi escrita por volta do século XIII; a melodia é uma adaptação de uma canção folclórica alemã do século XV.

* Comemos levivot / latkes (panquecas de batata), sufganiot (sonhos) e alimentos de queijo.

As frituras lembram o milagre do óleo; as panquecas e o queijo, lembram a atuação de Judite (ver adiante). Costumo repetir a anedota que o resumo das festas judaicas é: "Tentaram nos derrotar. Vencemos. Comamos!" Estas comidas simbólicas caracterizam a culinária judaica e influenciaram a universal. Assim como encontramos em Pessah a origem do sanduíche[3], Chanucá "institucionalizou" a batata frita, os crepes, queijos e vinhos, cheese cake e donuts!

* As crianças brincam com sevivon (hebraico savov = girar) ou dreidel (ídishe dreyen = girar).

Embora jogos de azar sejam proibidos pelo judaísmo, em Chanucá jogamos um pião de 4 faces, com uma letra hebraica inscrita em cada, iniciais das palavras que formam a frase Nes Gadol Haia Sham = um grande milagre aconteceu lá. Em Israel troca-se a última letra por pê (de pó = aqui). Cada face tem um valor numérico, que determina o vencedor do jogo. Na época do domínio sírio, o estudo da Torá era proibido sob pena de morte, e o Talmud era estudado oralmente, em grupo. Para contornar a proibição e camuflar as reuniões de estudo, levavam consigo piões. Quando uma autoridade síria chegava, começavam a girar o pião, fingindo estarem se divertindo, sendo um jogo comum na época.

* Costumamos dar dmei Chanucá ou Chanucá guelt (dinheiro) para as crianças.

Assim lembramos as moedas cunhadas pelo Macabeus após a vitória. Pedagogicamente, visa a participação ativa das crianças em homenagem ao menino que encontrou o frasco de azeite, com uma quantia para fazerem o que quiserem, como comprar doces para alegrar a festa: educando com identificação e motivação!

As luzes

A fim de distinguir as luzes de Chanucá, elas são acesas em lugar diferente de onde são acesas o ano inteiro, imediatamente após o surgimento das estrelas. As velas ou o azeite deverão iluminar pelo menos por meia hora. Até algum tempo atrás, colocava-se a chanukiá do lado de fora da casa, na entrada. Devemos acender perto de uma janela ou porta para pirsumei nissá, divulgar publicamente o milagre (Shabat 21b 23b). As luzes de Chanucá devem ser uma fonte de fé e inspiração para todos os homens, de todos os credos e povos.

Antes de acender a chanukiá na primeira noite, dizemos três bênçãos; nas seguintes somente as duas primeiras. A segunda é: Baruch atá Ado-nai Elokenu melech haolam sheassá nissim laavotenu baiamim hahem bazman hazé (Bendito és Tu Senhor nosso D'us Rei do Universo, que fez milagres para os nossos antepassados naqueles dias, neste tempo).

Quando dizemos "naqueles dias, neste tempo" (como em HaNerot Halalu), reafirmamos a crença no judaísmo atemporal, vinculando nosso presente ao nosso passado e ao futuro.

Milagres continuam acontecendo, todos os dias. Todos nós conhecemos ou vivemos uma estória real com o miraculoso toque divino. Talvez sem os "efeitos especiais" de milagres do passado; talvez sem uma visão especial nossa, sem que os percebamos como tais...

 Chanuká 2011 em Jerusalém





 Link da foto http://www.jerusalemshots.com/Jerusalem_en8-18286.html


Texto extraído da Webjudaica
http://www.webjudaica.com.br/chaguim/textosFestaDetalhe.jsp?textoID=41&festaID=18


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