terça-feira, 21 de abril de 2015

As Três Sirenes em Israel

Foto de Federação Israelita São Paulo.

Em Israel, existem três sirenes que são as mais importantes de todo o país, de todo o mundo judaico. Elas são tocadas em três momentos do Yom Hazikaron, o Dia da Lembrança dos Soldados Mortos em Defesa do Estado de Israel de Israel e das Vítimas do Terrorismo.


Desde este entardecer, como reza o calendário judaico, uma sirene é disparada por um minuto e o povo começa a sentir a gravidade da data, inteirando-se do peso de ser um israelense, sobrevivente onde muitos pereceram.


São três momentos em que o som atravessa o país inteiro, desde Rosh Hanikrá ao norte até Eilat no Sul, desde o Mediterrâneo até o Mar Vermelho. É o aviso da tristeza que antecede o Dia da Independência, que nos permite homenagear, com toda justiça, cada ser humano tombado que faz parte do milagre da criação e sobrevivência desta pequena brava nação, que até hoje deve se defender contra aqueles que negam seu direito à existência.


É o som da revolta por aqueles que perderam suas vidas em navios miseráveis porque não podiam nem mesmo atracar na terra prometida. É o silvar do descalabro de ônibus, aviões, restaurantes, salões de festas e outros recintos pacatos sendo destruídos pelo ódio vertido da intolerância em ataques terroristas. É acima de tudo, o ruído da insensatez dos corpos de nossos jovens soldados voltando sem vida, embrulhados em mortalhas, de tantas guerras para defender nosso país.


No decorrer do Dia da Lembrança, cada pequena cidade homenageia seus entes caídos, cada autoridade visita nossos mortos, o país torna-se uma só família enlutada, chorando e rezando unida. Em pleno dia, às 11 horas, tocará mais uma vez a sirene e, como num movimento orquestrado, Israel simplesmente para de novo. Em plena ebulição, tudo mais perde o sentido.


Por cada um deles, por todos eles, por toda uma nação ferida, Israel inteiro para, respeitoso e solene, ouvindo imóvel dois longos minutos de um som extremamente tocante. É só uma sirene, mas é muito mais. É o sangue judeu derramado para que o povo judeu tenha sua pátria.


Ao final deste dia pesaroso, como tudo em nossa tradição, toca uma nova sirene e, vibrando, passamos a comemorar a existência do milagre de nossa Terra Prometida. O alvoroço toma conta das cidades e o Dia da Independência de Israel é festejado.


São três sirenes locais, mas, com certeza, tocam a alma do povo judeu mundo afora.


Floriano Pesaro

Secretário de Estado de Desenvolvimento Social

Deputado Federal


Texto extraído do link https://www.facebook.com/federacaosp?fref=nf

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