quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Tzahal - Quem deve fazer parte do Exército de Israel?


                                

Há poucos dias houve uma manifestação em Israel. Os ultraortodoxos se opõem à obrigatoriedade do serviço militar. Com exceção daqueles que desejam fazer parte do Exército e o fazem por opção, os demais acreditam que estudar em tempo integral em seminários é mais importante. Eles alegam que tem esse dever para que o Estado de Israel continue com suas tradições e religião intacta. 

As estatísticas afirmam que os ultraortodoxos que fazem parte da população de Israel somam cerca de 13%, o que significa 1,3 milhão de pessoas. Os jovens que ingressam no Tzahal à partir dos 18 anos tem funções e obrigações específicas de proteger a população, e com certeza, o acréscimo de mais jovens poderia fortalecer o exército de Israel.

Desde o 7 de outubro o Governo de Israel convocou todos os soldados e até os que já haviam sido liberados, para reintegrar suas forças na guerra contra o terrorismo.  E vencer o inimigo exige muito mais do que apenas "servir" ao exército.  Muitas vidas se perderam nos últimos dois anos e o Tzahal precisa continuar um exército invencível.

Entendemos a necessidade e a urgência dessa convocação, mas será que estes jovens estudantes estão preparados para enfrentar um "campo de batalha"?  O que Israel espera deles? Que troquem suas vestimentas pelo uniforme? Que deixem de lado suas vidas modestas de oração e virem soldados da noite para o dia? 

Sinceramente, minha opinião é que precisa ser um processo, primeiro de conscientização da necessidade do alistamento. Em segundo lugar, uma reeducação no sentido de instrução básica sobre os deveres e obrigações, as armas, o inimigo, a força bélica, e vou acrescentar a consciência da proteção e do dever para com a Nação.

Eu acredito que, Israel como uma Nação judaica precisa preservar sua história, sua cultura, sua religiosidade e crença no Eterno. E são esses que oram, que estudam, que se instruem e repassam a outros os ensinamentos, os responsáveis por esta parte do legado de Israel.

O Tzahal não é um exército comum. São homens e mulheres com determinação e com coragem, conscientes de sua obrigação de proteger o território e a população de Israel. E por isto, a Nação sobreviveu, cresceu, e se tornou destemida. Há uma enorme diferença entre quantidade e qualidade!

Podemos ver um exemplo na história bíblica de Gideão (Juízes 7). Na seleção inicial, Gideão contava com cerca de 32.000 homens chamados para guerrear contra os Midianitas. Quando os medrosos voltaram para casa, ele ficou com apenas 10.000. Na última seleção ficaram apenas 300 guerreiros. 

É lógico que Israel não pode ter um exército de apenas 300 soldados. Mas tem que haver esta consciência que nem todos podem se alistar. O texto bíblico afirma que nem todos estão preparados, que muitos são "covardes" mesmo e que só vão atrapalhar o desempenho dos outros. 

Em contrapartida, no episódio da conquista de Jericó (Josué 6), os levitas e sacerdotes fizeram parte da multidão que rodeou a cidade e entrou na Terra Prometida.  Alguém deve estar pensando: Isso faz tempo. Mas foi assim que Israel tomou posse do território. 

Podemos encontrar diversas referências sobre deveres e obrigações nos textos bíblicos e que muitas guerras foram vencidas pelo desempenho daqueles que faziam parte do exército e defendiam o povo e a terra. 

Então, eu peço que aqueles que são contra ao alistamento por questões religiosas ou outros fatores, não seja um empecilho para quem quer fazer parte da história de Israel, das conquistas, das vitórias. 

Deixem que os "300" de Gideão deem uma pausa nos estudos por 2 anos e façam parte do exército e depois voltem para suas tradições. Essa conscientização deveria fazer parte do currículo. 

Eu sei que existem outras questões políticas e de ordem jurídicas sobre a legalidade do assunto e que, muitos israelenses são a favor da obrigatoriedade do alistamento para todos. Não vou fazer comentários e objeções.

Mas eu sempre peço ao Eterno que abençoe cada soldado israelense. Que o Eterno proteja, que guie os passos e o entendimento.  Eu oro ao Eterno pelas crianças em Israel que um dia farão parte desse exército. 


Marion Vaz