quinta-feira, 16 de julho de 2020

Semana Manuscritos do Mar Morto


Santuário do Livro - Jerusalém

A Moria Internacional Center desenvolve programas de cursos online e também em parceria com Universidade Hebraica de Jerusalém, no intuito de agregar o maior número de pessoas em todos os lugares do mundo, para que possam ter conhecimento diferenciado em História de Israel, arqueologia e Cultura Judaica e Hebraico.

Nesta semana estamos estudando sobre os Manuscritos do Mar Morto, com palestras online e  100% gratuitas. Dr. Adolfo Roitman, curador dos Manuscritos e diretor do Santuário do Livro em Jerusalém em uma apaixonada apresentação descreveu detalhadamente fatos arqueológicos sobre a Comunidade de Qumran e os manuscritos encontradas nas cavernas.


Dr. Adolfo Roitman



Cavernas de Qumran

Ariel Horovitz, diretor do Moriah Center, nos apresentou também áreas importantes da Universidade Hebraica e contou fatos relevante da história, criação e desenvolvimento da Universidade.

Marion Vaz 

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Israel - Um povo religioso



Se tem algo que me emociona nos textos bíblicos é a forma como os antigos personagens mantinham uma conversa particular com D-us. Não era apenas um diálogo, uma troca de informações ou qualquer outro tipo de "bate papo" por questões cotidianas. Podemos notar até certa cumplicidade entre o Criador e a pessoa. Eu fico pensando como devia ser esse relacionamento que permitia a alguém encarar o próprio D-us e até questionar suas atitudes.

Um exemplo clássico disso é a conversa do Eterno com Abraão quando o Todo Poderoso resolveu destruir Sodoma e Gomorra. O pecado destas duas cidades excedeu os limites da benignidade do Senhor, de forma que não restou outra alternativa a não ser destruir o povo que habitava naquela região.

E D-us resolveu informar o seu intento: "Ocultarei eu a Abraão o que faço?" Por que o Eterno achou que devia dar satisfação a Abraão? Notemos que nos versículos seguintes há um esclarecimento: "Visto que Abraão será uma grande e poderosa nação (Israel). Nele serão benditas todas as nações da terra". Então o Eterno muda sua perspectiva do sentido global para o âmbito pessoal: Porque eu o tenho conhecido e sei que ele há de ordenar os seus filhos e a sua casa depois dele para que guardem o Caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo". 

Notemos que nada escapa aos olhos do Senhor. D-us conhecia o coração de Abraão e o que se sucederia anos a frente. E a maneira como Abraão se relacionava com o Eterno permitiu que ele indagasse as pretensões referente aquelas cidades: "Destruirás também o justo com o ímpio?" E daí começou a negociação: "E se houver cinquenta justos que estão dentro dela?" 

Abraão tomou coragem para indagar e também relutar com D-us sobre o assunto: "Longe de ti que faças tal coisa... Não faria justiça o Juiz de toda a terra?" E a negociação determinou a salvação de um único justo que havia na cidade. Ao retirá-lo de lá, Sodoma e Gomorra foram destruídas sem piedade.

No decorrer do texto sagrado podemos perceber outros personagens com atitudes semelhantes. Moisés intercedeu pelo povo de Israel informando a Deus sobre as consequências de seus atos: "E se matares a este povo como a um só homem, então as nações, que antes ouviram sobre a tua fama falarão dizendo: Porquanto o Senhor não podia pôr este povo na terra que lhes tinha jurado; por isto os matou no deserto."  ( Nm 14.15-16). 

Josué se sensibiliza pelas perdas num combate contra Aí, devido ao pecado de Acã. Em seu diálogo com D-us mostra sua preocupação pela repercussão daquela tragédia em meio aos seus inimigos que os perseguiriam até que nem um só homem houvesse de pé. Então Josué declara: "E então que farás ao teu grande Nome?" (Js 7.9). O interessante é que D-us viu a preocupação do líder de Israel e logo deu uma solução. 

Com efeito outros personagens da história bíblica vivenciaram um relacionamento próximo de D-us em que cada um, não só dependia da ação do Eterno em sua vida, mas também podiam se comunicar com ele e falar o que se passava no profundo do seu coração. 

Analisando a religiosidade nos dias de hoje, parece que houve um distanciaram do homem de D-us e de tal forma que não se consegue mais essa "cumplicidade".  E aparentemente, esta nova perspectivava vem sendo transferida para o povo judaico nas pregações diárias. Muitas vezes, porque o homem ocidental demonstra tal comportamento, apregoa um afastamento e até mesmo uma ruptura do Criador para com o povo judeu e vice versa. O que não é verdade.

Podemos considerar o fato de que alguns em Israel realmente estejam vivendo sem muita preocupação com a religiosidade e em parte cumprem, em parte não. Isso acontece nas outras religiões também, porque somos humanos e nem sempre estamos no caminho que D-us nos preparou.  O próprio Cristianismo não está isento de tal problema. Mas não podemos generalizar.

É indiscutível que a nação de Israel em si é religiosa, observando a Lei e os mandamentos do Senhor. E esta seriedade nos estudos tem sido repassada de geração em geração. Portanto a fidelidade do Eterno para com os descendentes de Yaacov não esmoreceu e D-us mantém firme seus propósitos e suas bençãos sobre a vida do povo de Israel. 


Marion Vaz