Novas eleições ocorreram em Israel este mês. Não sei o que pensar. Estamos diante de um impasse? O povo não sabe o que quer? Ou será que estamos perdendo a noção do perigo? Dois partidos políticos tiveram a maioria dos votos e agora estão tentando uma nova "parceria". O partido Likud de Benjamin Netanyahu, atual Primeiro Ministro de Israel, e o partido azul e branco de Benny Gantz.
Reuven Rivlin, Presidente de Israel, convocou a liderança dos dois partidos para apresentarem proposta de governo de unidade nacional partilhada.
Sinceramente... Tenho minhas dúvidas quanto a esse tipo de "acordo". Durante o tempo de governo, Netanyahu demonstrou total devoção ao país e a qualidade de vida judaica de Israel. Esse é um ponto importante não só para o momento presente, mas as gerações futuras. Que todo povo judaico se pergunte: Que tipo de país vamos deixar para nossos filhos e netos?
A nova proposta do governo de Netanyahu de anexar Judeia e Samaria ao território, aplicando primeiramente a soberania israelense ao Vale do Jordão e a área do Mar Morto, poderá ir a votação no Parlamento em seu novo mandato. É prioridade do governo de Netanyahu manter seguras as fronteiras de Israel. Não queremos uma nova Faixa de Gaza.
Especialistas que analisaram o plano de governo de Gantz afirmam que ele "provavelmente não adotaria esse tipo de expansão". Tipo de expansão? Quer termos são esses?
Assistindo aos noticiários, o candidato Benny tem apoio da coligação árabe. A "Lista Unida" que agrupa os partidos árabes em Israel elegeu 13 deputados e estão dispostos a apoiar Gantz como Primeiro Ministro de Israel. Só nos resta perguntar: O que desejam em troca desse "apoio"? Estamos dispostos a pagar?
Na minha opinião, o tempo de mandato de Netanyahu já o caracteriza como "alguém que sabe o que está fazendo" e quando e como resolver os problemas internos. Ele se envolve mesmo com a liderança do país e me parece apto para o cargo. O comprometimento com os principais líderes mundiais é um ponto positivo. E a expectativa em fazer aliança com dezenas de outros países, na intenção de fortalecer a Nação de Israel no contexto mundial é de suma importância. Enquanto isso, Benny aparece como um novato neste campo. Não estou dizendo que Gantz não tem influência ou capacidade de liderança. Não estou menosprezando sua dedicação e atuação na carreira militar.
É próprio do ser humano dar credibilidade ao novo, ao desconhecido, a introduzir pessoas no governo de um país na esperança de que "tudo" se resolva. Tem gente que faz tudo às cegas. Mas tenho medo de que mudanças repentinas alterem a "ordem dos fatores" e determinem quem manda num país que deveria ser judaico em sua totalidade. Não que não se deva dar "voz as minorias". Mas dar poder de decisão sobre o legado da nação judaica? Discordo.
Um Governo de unidade nacional partilhada requer unidade em suas propostas e decisões.
Existem os prós e contra ao governo de Netanyahu e talvez ele não seja de todo perfeito. Nenhum ser humano é. E sinceramente, você pode achar que, como não estou em Israel, não sei exatamente o que ocorre no país. Concordo.
Mas será que queremos tanto ser o "Bom samaritano" que vamos esquecer dos caminhos que trilhamos até aqui? Vamos esquecer dos nossos pais e do sacrifício que foi "herdar a Terra Prometida"? Que preço nos é oferecido em troca da "paz" ? Vamos esquecer dos Mandamentos de Eterno e de seu desejo: "Eis que te ponho numa terra boa..." Vamos ? E esquecer dos profetas que nos disseram: "Nunca mais serão duas nações"? E pra que? Pra ter aprovação de quem?
Vou citar os textos sagrados de novo: Quando Neemias resolveu reconstruir os muros e os portões de Jerusalém foi fortemente confrontado por "Sambalates e Tobias". Sabe qual foi a resposta? "Estou fazendo uma grande obra" e sabe o que Neemias informou a eles quando quiseram "compartilhar" do mandato? "O Eterno D-us no fará prosperar, nós nos levantaremos e edificaremos (Jerusalém, a terra, o país) mas vós não tendes partes, nem justiça e nem memória em Jerusalém" (Neemias 2.20).
Forte?! Às vezes, é preciso mais do que coragem para tomar decisões importantes. Israel se assemelha aos outros países em alguns pontos. Estamos no século 21. Concordo. Mas Israel também é a nação do D-us vivo. Volto a perguntar ao povo judaico: Qual a herança (Eretz) vamos deixar para as gerações futuras?
Marion Vaz