Essa semana escolhi uma hora para rever o filme "A Lista de Schindler " e sinceramente, algumas partes do relato ainda me comoveram com a mesma intensidade quando o vi pela primeira vez. Não como se antes fosse leiga no assunto, pois desde meus 12 anos leio livros sobre o Holocausto. E como o primeiro foi o Diário de Anne Frank, vi minhas filhas se interessando pelos dilemas da pequena Anne, cerca de 30 anos depois.
Mas, rever o filme foi como reviver toda a dor dos meus irmãos judeus e reacender a velha chama da indignação.
Foi por isso que logo me interessei pela matéria publicada no Jewish Daily Forward sobre as gerações pós Shoah.
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"Um novo estudo realizado por Perella Perlstein, (ela própria uma neta de sobreviventes do Holocausto), foi publicados em julho na peer-reviewed revista científica Traumatologia.
Em seu trabalho ela analisou as respostas de judeus ultra-ortodoxos - netos dos sobreviventes - aos testes psicológicos projetados para medir sintomas de trauma do Holocausto, e concluiu que esses netos de sobreviventes responderam de forma diferente de outros membros da comunidade ultra-ortodoxa.
Pesquisadores também observaram as reações dos intrevistados e tiveram diferentes opiniões, quando usaram os questionários para medir como o trauma do Holocausto tem afetado as experiências da família de descendentes de segunda geração e terceira geração. Outros já concluiram que o Holocausto não tem impacto indireto traumático sobre a terceira geração.
O estudo da Terceira Geração é um campo relativamente novo, que tem crescido de pesquisas anteriores sobre os efeitos do Holocausto em filhos de sobreviventes. Esse trabalho começou no final dos anos 1960 e início dos 70, concomitante com a diminuição da intensidade dos tabus que cercam a discussão sobre o Holocausto e seu impacto psicológico."
Em relação ao impacto que o Shoah tem sobre mim, embora não seja uma descendentes de sobrevivente, sinto-me com tal, no que diz respeito a indignação, ao descaso com um ser humano.
Mas também há aquela estranha alegria por ter "sobrevivido" e contrariando a tantos, seguido em frente, respirando, vivendo e me impondo como pessoa, como um povo (Am Echad), uma nação!
Marion Vaz
Fonte: http://forward.com/articles/162030/can-holocaust-trauma-affect-third-generation/
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