“Ouve ó Israel,o Senhor nosso Deus é o únicoSenhor”.
Dt 6.4
Com essa oração, o judeu começa o seu dia. A crença monoteísta foi ordenada pelo próprio Deus, desde a época abrâmica. O El-Berith separou um povo para proclamar a existência de um Deus único. No meio de um mundo pagão, o povo de Israel insistia na crença que somente o seu Deus, era poderoso e real.
Na diversidade da crença dos povos da antiguidade, só havia um único e verdadeiro Deus. No decorrer da história o povo de Israel seria provado e na maioria das vezes, mal compreendido porque criam que havia um Deus e que ele era um.
Na era patriarcal, as condições para manter a fé eram estas: ”anda na minha presença e sê perfeito” (Gênesis 17 1). Mas tarde, com Moisés surgiu a necessidade de uma adoração com sacrifícios e sacerdotes. O local designado por Deus era o Tabernáculo. Passo a passo, o povo da aliança galgava os degraus de uma escada espiritual. As constantes experiências com Deus, definiram a mais pura e mais nobre das religiões de toda a Antiguidade.
A relação do patriarca Abraão com Deus encontra seu significado maior quando Deus exige dele o sacrifício de seu filho Isaque – o filho da promessa. O local escolhido foi o monte Moriá. Ali, a fé de um homem foi posta a prova. Pai e filho sobem ao monte, levando todos os artigos necessários para a adoração: a lenha para o fogo, o cutelo para imolação e o sacrifício vivo. Em obediência, Isaque segue fielmente os rituais sacrificais e deita-se sobre o altar. Abraão levanta o cutelo para imolar o filho, mas é impedido por uma voz que brada do céu.
Centenas de anos se passariam até a posse da terra prometida. A aliança retoma seu significado mais profundo e mais espiritual. A circuncisão, B’rith-Milá, o sinal físico da aliança, era obrigatória. A observância da Lei, os sacrifícios de adoração caracterizavam a religião. Mesmo em tempos sombrios, quando o povo se esquecia do seu Deus ou transferiam a adoração aos deuses dos povos circunvizinhos, a aliança perpétua não perdia o seu valor. Através da fé (Emuná) e do arrependimento (Teshuvá) o relacionamento entre D-us e o seu povo tornava-se possível.
Mas foi a construção do Templo em Jerusalém que centralizou a religião. A cidade tornou-se um lugar específico para onde se convergiriam todas as tribos. Ainda hoje, milhares de peregrinos, mobilizados pela fé, vêem de todas as partes do mundo, para orar e festejar em Jerusalém – a cidade onde Deus colocou o seu nome para sempre (2 Rs 21.7).
Além da fé no Deus único, o povo de Israel mantém a fé na vinda do Messias, do “ungido do Senhor”. Durante séculos o povo viveu sob o domínio de diversos Impérios. A esperança – Hatikva – de um libertador e de que Ele faria Israel triunfar sobre seus inimigos ao estabelecer um reino de justiça, continuou como chama acesa nos corações.
Surgiram muitas discussões sobre o Mashiah, sobre sua natureza e personalidade, como e quando seu reino seria estabelecido. O advento do messias é fielmente descrito nos salmos e profetas: “De Sião virá o libertador”. A ideia de um messias sofredor que tomasse sobre si as aflições e o pecado dos homens, que oferecesse sua vida para expiar os pecados, não foi aceita pelo povo de Israel.
O pensamento em relação ao Messias é sempre relacionada à justiça, glória e triunfo. Essa é a expectativa comum de geração em geração.
Marion Vaz
Do Livro Eretz Israel de Marion Vaz
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