Quando falamos do povo judeu e suas tradições, logo
fazemos uma conexão com objetos religiosos como menorah, mezuza, kipa, tzitziot
e outras particularidades pertencentes ao legado histórico e religioso que
caracteriza os descendentes de Yaakov.
Mas essa semana me ocorreu outras características
importantes que vem sendo expostas na própria vivência do povo, no dia a dia,
no e principalmente no território e em
comunidades espalhadas pelo mundo.
Eu já escrevi sobre a cultura de parques em Israel e
o como a população israelense utiliza esse espaço urbano para lazer entre as
famílias. O artigo Israel Verde também nos mostra um conjunto de parques
arborizados espalhados por todo o território.
Mas foi essa frase que ouvi: “Israel planta
árvores!” dita por um personagem de um filme que me levou a escrever esse
artigo. No enredo, três amigos de diferentes religiões se encontram em New York
para feriado natalino, um deles era um rabino, e outro era um padre e uma jovem
muito bonita.
O filme expõe o relacionamento a partir do respeito
às diferenças, mas o sentimento forte entre o rabino e a moça cristã, passa a
ser o motivo de diversas conversas entre eles. Nada de mais visto por um prisma
comum, com uma única exceção: o rabino começa a se questionar sobre sua
lealdade a religião judaica e fica dividido em relação ao próprio sentimento
amoroso que nasceu em seu coração.
Numa dessas conversas com o amigo cristão, visto que
a tal moça tinha se decidido ir embora para outra cidade pensando que o romance
não tinha como dar certo, o amigo padre insiste com o judeu que ele deveria
correr atrás da tal jovem e que fizesse disso (da luta pelo relacionamento) uma
“guerra”.
Eu não me lembro porque o padre disse, mas o rabino
respondeu que Israel faz diferente: Israel planta árvores! Parei! De repente
minha alma foi inundada por uma mistura de sentimentos. Não por causa dessa
passividade expressa na frase que até nos remete a períodos históricos, mas
pelo fato de Israel plantar árvores com objetivos reais e precisos: Israel planta árvores com forma de
renascimento pátrio e espiritual.
Essa semana o Primeiro Ministro de Israel falou
publicamente sobre a “reconstrução” de Jerusalém, como foco principal de seu
governo. Netanyahu declarou sua convicção da cidade como capital de Israel e
que seu projeto para modernizar e edificar novos bairros são prioridades. Sem
dúvida, a cidade cresceu muito nesses últimos anos e deve crescer ainda mais.
Essa conscientização nacional é também uma estratégia
rica e poderosa que impõe as outras nações o respeito mútuo ao patrimônio
histórico e nacional de Israel que é a cidade de Jerusalém. E não me importa o
que os outros falem, pois a minha convicção é que Jerusalém é a capital eterna e espiritual de
Israel.
Voltando ao assunto de hoje, plantar árvores para
reconstrução da nação foi o primeiro passo para o reflorestamento de áreas
destruídas desde a Independência do país em 1948.
As diferenças climáticas de uma região para outra
não serviu de empecilho para que os “desertos” vissem o crescimento de mudas e
todo tipo de vegetação. Isso também já foi matéria nesse blog. Chag Tu B’ Shvat
é uma festa nacional em que cada pessoa, adulto ou criança, israelense ou
visitante, pode cooperar com o plantio de mudas.
Segundo sites de pesquisa o Fundo Nacional Judaico indica cerca de 240 milhões de árvores plantadas até esse ano.
A Avenida dos Justos é o local onde podemos ver
árvores plantas para eternizar pessoas que deram sua contribuição positiva ao
povo judeu.
Mas, foi por causa da entonação da voz do personagem
do filme que me fez pensar naquela frase, dita até com certa satisfação pessoal.
“Israel plantar árvores” nos leva a diversos modos
de conquistas, seja no sentido territorial, pessoal, sentimental, mas principalmente
espiritual.
אלון שבות
Falar sobre o renascimento espiritual de Israel
parece até um absurdo, visto que a nação preservou toda a sua religiosidade
apesar das adversidades.
Mas se
pensarmos bem, cada árvore plantada se conquista uma parte do território, cada
árvore nos faz permanecer de pé, cada árvore faz renascer a esperança, a fé, e
até mesmo o respeito às diferenças.
A cada fruto que colhemos dessas árvores em Israel, a
cada floresta erguida podemos dizer
que renascemos espiritualmente, pois criamos
raízes na nossa terra!
Marion
Vaz
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