Interessante essa
notícia exposta no jornal Jerusalém Post que explica a divergência na opinião
pública a respeito do transporte público gratuito que passou a circular em
diversas áreas em Israel.
A notícia nada teria de diferente dos demais países se não
fosse por apenas um detalhe: o quarto mitzvah “Lembra do dia do shabat para o santificar”.
Em Israel existe um impasse entre o secular e o religioso.
Ninguém quer deixar de cumprir as ordenanças sobre o shabat. Mas, existem
serviços de prioridade e importância vital
para a sobrevivência da população que não podem parar no shabat e por
isso funcionam normalmente.
Não existe lei em
Israel que proíba a movimentação de
transporte público no shabat, e por isso foi feito um teste com veículo
gratuito e cerca de 200 pessoas aproveitaram para viajar na condução nesse
último sábado.
Alguns alegaram que atividades de lazer são feitas no shabat
e que se houvesse ônibus disponível seria bom para a população. O prefeito de
Tel Aviv, Ron Huldai, criticou a falta de transporte público: “Israel é o único país do mundo em que o
transporte público deixa de funcionar por um quarto de ano por causa do shabat
e dos feriados judaicos”.
Chegamos ao dilema: O que fazer com o quarto
Mandamento?
Em épocas passadas dar-se-ia
a própria vida em função do cumprimento dos mitzvot, e principalmente do
shabat. Hoje, a quantidade de carros e ônibus,
principalmente de turismo, que transita nas estradas israelenses são, no
mínimo, uma afronta a D-us.
Imagens transmitidas pela webcan mostram a movimentação de
pessoas no Muro Ocidental, pessoas filmando, tirando fotos, aglomeradas em
diversos pontos, falando, apontando completamente alheias a santidade do lugar,
contrastando com o fervor das orações feitas
ali.
Mas, difícil mesmo é ter que galgar a escada do progresso, visando o bem estar da
população sem entrar em conflito com a Lei. Assim, Israel se vê nesse empasse.
Digo Israel, porque muitos judeus nem teriam dúvidas em que caminho seguir.
Como naquela famosa parábola do “bom” samaritano em que o sacerdote e o levita
que seguiam para o Templo, nem sequer cogitaram em tocar no homem prostrado na
estrada, tendo-o como morto (pois assim parecia), em função do cumprimento das
leis acerca da purificação.
Assim, mesmo que o governo insista em colocar transporte
público no shabat e feriados judaicos, o que certamente traria grande auxílio a
população, o quarto Mandamento jamais
perderá o seu valor, pois ele é o diferencial de Israel “como único país no
mundo” que preserva os Mitzvot dado a Moshe pelo Eterno, de geração em geração”.
Marion Vaz
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