terça-feira, 12 de junho de 2012

O quarto Mandamento


Interessante  essa notícia exposta no jornal Jerusalém Post que explica a divergência na opinião pública a respeito do transporte público gratuito que passou a circular em diversas áreas em Israel.

A notícia nada teria de diferente dos demais países se não fosse por apenas um detalhe: o quarto mitzvah  “Lembra do dia do shabat para o santificar”.

Em Israel existe um impasse entre o secular e o religioso. Ninguém quer deixar de cumprir as ordenanças sobre o shabat. Mas, existem serviços de prioridade e importância vital  para a sobrevivência da população que não podem parar no shabat e por isso funcionam normalmente.

Não existe lei  em Israel  que proíba a movimentação de transporte público no shabat, e por isso foi feito um teste com veículo gratuito e cerca de 200 pessoas aproveitaram para viajar na condução nesse último sábado.

Alguns alegaram que atividades de lazer são feitas no shabat e que se houvesse ônibus disponível seria bom para a população. O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, criticou a falta de transporte público:  “Israel é o único país do mundo em que o transporte público deixa de funcionar por um quarto de ano por causa do shabat e dos feriados judaicos”.

Chegamos ao dilema: O que fazer com o quarto Mandamento?

Em épocas passadas dar-se-ia a própria vida em função do cumprimento dos mitzvot, e principalmente do shabat.  Hoje,  a quantidade de carros e ônibus, principalmente de turismo, que transita nas estradas israelenses são, no mínimo, uma afronta a D-us.

Imagens transmitidas pela webcan mostram a movimentação de pessoas no Muro Ocidental, pessoas filmando, tirando fotos, aglomeradas em diversos pontos, falando, apontando completamente alheias a santidade do lugar, contrastando  com o fervor das orações feitas ali.

Mas, difícil mesmo é ter que galgar a  escada do progresso, visando o bem estar da população sem entrar em conflito com a Lei. Assim, Israel se vê nesse empasse. Digo Israel, porque muitos judeus nem teriam dúvidas em que caminho seguir. Como naquela famosa parábola do “bom” samaritano em que o sacerdote e o levita que seguiam para o Templo, nem sequer cogitaram em tocar no homem prostrado na estrada, tendo-o como morto (pois assim parecia), em função do cumprimento das leis acerca da purificação.

Assim, mesmo que o governo insista em colocar transporte público no shabat e feriados judaicos, o que certamente traria grande auxílio a população,  o quarto Mandamento jamais perderá o seu valor, pois ele é o diferencial de Israel “como único país no mundo” que preserva os Mitzvot dado a Moshe pelo Eterno, de geração em geração”.



Marion Vaz

Nenhum comentário:

Postar um comentário