O artigo publicado no jornal israelense Jerusalém Post adverte para o mal do século presente. Enquanto na história bíblica de Israel podemos detectar as oscilações espirituais do povo e suas conseqüências, hoje o que definimos como idolatria: adoração a ídolos sejam em forma de objetos, deuses, pessoas, lugares, etc, está cada vez mais presente na vida do homem.
No artigo, o autor Stephen G. Rosenberg, menciona os problemas que emergiam como castigo por causa dos desvios espirituais de Israel e até, (mesmo ocasionado pelo tipo de liderança política, mais precisamente na época da monarquia) a idolatria que assolava a casa de Israel e Judah.
Apesar de notarmos certa decepção do autor ao relatar que, no presente século a idolatria retomou o seu lugar em forma de “reverência” a determinados objetos sagrados na cultura judaica, ficamos apreensivos sobre o fato e se isso é mesmo uma deficiência na liturgia de culto, e se assim fosse seria exclusivamente dos judeus.
Afirmar que, objetos sagrados como os rolos da Torah, as mezuzas, os filactérios e até mesmo o Muro Ocidental que são constantemente beijados e abraçados em virtude talvez, do excesso (apropriado) de zelo e devoção religiosa dos judeus pode ter se tornado uma forma de idolatria de objetos, me parece um pensamento um tanto quanto unilateral:
“Isso bem parece, como nossa história mostra, que a adoração a ídolos tenha cessado, mas somente em sua forma clássica. Em suas novas formas, de culto de personalidade e adoração ao texto, persiste e persiste nos círculos Ortodoxos tão fortemente hoje como o foi no passado” Afirmou Rosenberg.
O que podemos afirmar sobre reverência? Respeito às coisas sagradas – diz o dicionário. De que forma podemos mostrar respeito?
A intenção de Rosenberg certamente é de apenas advertir quanto ao que ele chama de exageros, mas que para muitos é apenas devoção religiosa.
Pensando sobre o assunto, imagino que os "exageros" podem acontecer com qualquer pessoa de qualquer religião. Basta observarmos certas reuniões para entendermos como a pessoa de D-us fica completamente desfocada em função de outros no decorrer dos cultos.
Pensando sobre o assunto, imagino que os "exageros" podem acontecer com qualquer pessoa de qualquer religião. Basta observarmos certas reuniões para entendermos como a pessoa de D-us fica completamente desfocada em função de outros no decorrer dos cultos.
A participação em determinadas festividades judaicas como Sincha Torah, por exemplo, envolve toda a comunidade. A Torah é erguida e todos dançam ao redor dela com alegria e gratidão a Deus por ter preservado os textos sagrados dados a Moisés no Sinai. Acredito que esse tipo de apego ao “objeto” não pode ser tratado como idolatria, mesmo porque a própria Lei sempre teve um lugar determinado na vida do povo judeu e foi esse apego que os fez preservá-la até dos dias de hoje.
A história mostra que após a destruição do Templo em Jerusalém nos 70 da era comum, a vida espiritual do judeu se fortaleceu em torno do estudo da Lei e das orações que se intensificaram. Com o passar dos anos, dos séculos, e com todas as perseguições que se seguiram, a preservação das tradições judaicas foram decisivas para a sobrevivência da cultura e crença do povo de Israel.
Com base nas observações de um neurologista chamado Oliver Sacks que afirmou que os judeus hoje tratam os livros da Torah como “pequenos deuses”, Rosenberg fez suas conjecturas e até concordou com ele. Agora, teria o homem capacidade para saber o que se passa no coração dos outros. Como pode afirmar algo apenas por presenciar esta ou aquela atitude? Tornou o homem em D-us Onisciente para saber quem é sincero é quem faz isso ou aquilo por idolatria?
Não! Acho que não! Mesmo que o autor se esmere em adaptar suas informações a ação do homem, jamais poderia saber o que vai ao íntimo do coração de seu semelhante e afirmar que a reverência de um é a idolatria de outro! Só D-us para sondar os corações! E até mesmo Adonai, que é misericordioso, pode perdoar esses pecados (casos eles existam).
Mas o assunto não deixa de ser relevante e como já havia mencionado, existem os excesso, não só no que diz respeito à adoração, reverência, cerimoniais litúrgicos, sentimentos e devoção em qualquer religião. Tanto que, no passado, muito se errou nesse sentido e as pessoas se tornaram agressivas em relação à religiosidade alheia.
O extremismo imperou e muitas vezes o que deveria salvar acabou por aniquilar muitas vidas. A vida que era o dom mais precioso dado ao homem passou a ser descartável em função da religião! Estranho não é mesmo? Mas foi a pura realidade!
Em defesa dos judeus e seu apego a objetos, a Lei e as tradições, afirmo que não vejo da mesma forma que o autor do artigo. A base da própria religião Mosaica, a Lei, era constituída de ritualismo e simbolismo obedecendo aos critérios dados pelo Eterno. Hoje, as variações rituais acrescida de beijar, tocar, chorar, alegrar-se, reverenciar são uma forma especial, e também característica, da própria religião judaica, que não ferem em nada a santidade de D-us, que aceita de bom grado, toda essa forma de adoração e fé.
Marion Vaz
A paz minha irmã Marion! Que bela coincidencia, pois estava navegando na internet e encontrei o seu blog, que surpresa agradavel! O seu blog é otimo! com assuntos importantissimos. Que Deus possa te abençoar muito fique na paz de Cristo!
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