A palavra Lag, em hebraico, é formada por duas letras, lamed e guimel, cujo valor numérico (cada letra do alfabeto hebraico tem um valor) é 33. Portanto, Lag Ba'Omer significa o 33° dia da Contagem do Omer. Neste dia (o qual observamos hoje), segundo a tradição, aconteceram alguns fatos muito significativos para o Povo Judeu:
1) A maná, alimento vindo dos céus e que alimentou o povo durante a travessia do deserto, começou a cair neste dia.: 2) A epidemia que dizimava os jovens discípulos de Rabi Akiva, cessou completamente;
3) Rabi Shimon Bar Yochai, autor do Zohar - obra máxima da mística judaica - faleceu neste dia, pedindo para que sua passagem não fosse marcada por tristeza e desolação. Muito pelo contrário: exortou a seus discípulos que comemorassem esta data com alegria e júbilo.
E é justamente desta última personagem que provém os costumes de Lag BaOmer. Durante o domínio romano, os judeus foram proibidos de estudar a Torá sob pena de morte. Rabi Shimon Bar Yochai, por sua vez, teve de refugiar-se em uma caverna nas montanhas da Galiléia, onde permaneceu por 13 anos. Seus discípulos, para poderem se encontrar com ele, tinham de sair aos campo carregando arcos e flechas, fingindo que iam caçar. Desta forma, conseguiam enganar os soldados romanos e continuavam a receber os ensinamentos de seu mestre. Por isso, em Israel, o feriado é comemorado com piqueniques, fogueiras e concursos de arco e flecha, sendo que muitos visitam seu túmulo em Meron, tendo as fogueiras como tributo à sua memória. Uma outra explicação para o arco é que, segundo a lenda, o arco-íris, que não apareceu durante toda a sua vida, voltou a brilhar suas cores no céu neste dia.
Lag BaOmer é uma festividade menor do calendário judaico, que, como seu nome sugere, é celebrada no 33º dia das sete semanas da contagem do Omer, entre Pessach e Shavuot. Sua data no calendário hebraico é 18 de Iyar.
Nos tempos dos Templos, em Jerusalém, um omer (unidade de medida) de cevada era oferecido por todos os agricultores em Israel no segundo dia de Pessach. Até que esta oferenda era feita, pães e grãos não podiam ser consumidos (Levítico: 23-14). A partir deste dia, os agricultores contavam 49 dias até Shavuot, o festival da colheita, quando novamente peregrinavam à Jerusalém.
A razão para o semi-luto (não se fazem grandes celebrações, nem se corta o cabelo) observada durante o período do Omer vem do Talmud (Yevamot 62b), que descreve como uma praga matou os 24.000 alunos de Rabi Akiva (no ano I da Era Comum). A praga parou em Lag BaOmer.
Durante o período do Omer, há 350 anos, os massacres de Chmielnicki aconteceram na Rússia, e milhares de homens, mulheres e crianças judeus foram mortos.
Em Lag BaOmer, a revolta judaica liderada por Bar Kochba assegurou uma vitória contra os romanos, após uma série de derrotas.
Há uma tradição que sugere no mesmo período, enquanto os hebreus vagavam pelo deserto, o maná começou a cair do céu neste dia.
Rabi Shimon Bar Iochai (autor do Zohar, primeiro livro da Cabala) morreu em Lag BaOmer. Cabalista e hassidim se reúnem em seu túmulo, em Meron (na Galiléia - Israel), em Lag BaOmer acendendo fogueiras, realizando o primeiro corte de cabelo de seus filhos, dançando e cantando por toda a noite.
Fogueiras são a principal maneira com que este dia é celebrado em Israel e na Diáspora, tanto por judeus religiosos quanto pelos seculares. É costume sair pelas ruas procurando madeira para montar uma foqueira.
O fogo representa a conversão do material em energia, similar a um conceito cabalístico de faíscas de santidade, inerentes ao mundo material.
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