A matéria escrita por Yosef Y. Jacobson publicada num site judaico me chamou a atenção essa semana. Depois de relatar o episódio do culto ao bezerro de ouro descrito no livro de Shemot 32, o autor explica “o efeito cataclísmico desse evento aparentemente sem sentido no destino eterno do povo judeu” . E ainda indaga: “Por que a criação de um ídolo tolo por um grupo de judeus no Sinai se tornou um dos episódios mais importantes na história do povo judeu?” Você vai ter que ler o restante do artigo dele para entender. Então é clicar em www.pt.chabad.org/article.asp?aid=1788522
Mas quanto a essa passagem bíblica as críticas continuam até os dias de hoje. Os “como” e “porquês” nunca são sabiamente respondidos, mesmo porque não estávamos presentes para entendermos o que se passava na mente do povo de Israel naquela época.
E sem se preocupar com os problemas da vida nômade que o povo de Israel passou a enfrentar naquele deserto, sem mencionar as razões (se ao menos cogitá-las) muitos pregadores e especuladores da Palavra continuam a diversificar suas explicações, tomando como ponto de partida a “rebeldia” e outras ideias teologicamente “amparadas” por versículos bíblicos.
Mas a respeito do título do artigo, quem nos dias de hoje pode afirmar estar livre da adoração aos “bezerros de ouro” que constantemente nos são apresentados?
Eu! Pode ter respondido a amado leitor! Eu só adoro ao D-us Verdadeiro! Pode completar! Mas ainda assim insisto na ideia que nossa vida é bombardeada com “bezerros” que nem precisam ser propriamente de ouro! Eles podem vir de várias formas que nem em sonho você diria que é um bezerro!
E o D-us Verdadeiro vai ficando cada vez mais de lado, em segundo plano, ou então o homem tem que passar por um problema pra lembrar que Ele existe! Mas como pode ser isso? Você me pergunta e eu respondo: Quantas vezes na sua trajetória de vida você se importou em dar glória a Deus por tudo! Ah! Mas Ele sabe que eu o amo! E bla-blá-blá - Seria a sua resposta!
O certo é que os “bezerros de ouro” estão por toda a parte, roubando a adoração do D-us Eterno e em função de outras pessoas, ou pela competência nossa ou dos outros, a glória por alguma benção que recebemos vai parar na cabeça de alguém! E isso é o mínimo que podemos falar agora!
Segundo o nosso rabino Jacobson: “devotamos nosso tempo e paixão a construir e adorar cuidadosamente nossos “bezerros de ouro” pessoais, na crença equivocada de que eles preencherão o vazio em nosso coração e matarão a fome de nossa alma.”
Voltando um pouco no tempo veremos o povo de Israel acampado no deserto, o líder Moisés quarenta dias no cume do monte, não se sabe se vivo ou morto, e o pobre e indefeso Arão sendo pressionado pelo povo sobre o que seria deles ali, naquela imensidão de areias quentes!
Eu fico admirada em ver como chove críticas ao povo de Israel por causa desse episódio! É óbvio que eles pecaram contra D-us por causa da adoração de ídolos! Mas tenha em mente que as Mitzvot ainda estavam nas mãos de Moisés e se havia alguma coisa escrita sobre a vontade do Eterno no meio do arraial eram meras anotações!
Como? Eu pergunto! Como se pode ser tão exigente com aquela geração que não sabia sequer pra onde estava indo? E principalmente quando não somos tão exigentes hoje!
Em outro artigo, que na verdade complementa o assunto, outro autor explica porque Moshé quebrou as Tábuas da Lei ao entrar no acampamento e ver de perto a dança envolta do bezerro de ouro.
Certamente já ouvi muitos comentários sobre o assunto e alguns cristãos afirmam que Moshé ficou com tanta raiva do povo que quebrou as Tábuas. Outros afirmam que foi por vingança, para que o povo fosse condenado pelo que havia sido escrito por D-us.
Mas o autor do artigo chegou a essa conclusão: “A quebra das tábuas foi um substituto para a quebra do povo judeu. Por que Moshê agiu desta maneira? Pergunta. Porque Moshé temia que o julgamento do povo de Israel fosse mais duro se eles possuíssem as Tábuas e se não as tivessem, sua punição seria mais branda.” Essa explicação me foi suficiente principalmente por causa do próprio contexto bíblico.
Então nos resta uma pergunta: Por menor e mais insignificantes que sejam, existem “bezerros de ouro” que eu e você estamos construindo ao longo dessa nossa trajetória de vida?
Antes de responder, lembre-se que as Mitzvot não podem mais ser quebradas! Elas são eternas.
Marion Vaz
Rabino Yosef Y. Jacobson é editor de Algemeiner.com, um site de notícias e comentários judaicos em inglês e yidish. Rabino Jacobson também faz palestras sobre ensinamentos chassídicos, sendo muito popular e bastante procurado. É autor da série de fitas “Um Conto Sobre Duas Almas”. |
Outra Fonte: http://www.pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/913206/jewish/Mosh-Quebra-as-Tbuas.htm
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