terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Igreja da Natividade em Belém de Judá ou Cisjordânia?

“Autoridades Palestinas tem se ocupado numa campanha para o reconhecimento de um estado independente nos territórios anexados por Israel em 1967. Vários países da América do Sul, recentemente reconheceram um Estado palestino, entre eles está o nosso Brasil.

Em janeiro, o chanceler palestino, Riad Malki anunciou que vai buscar o reconhecimento das Nações Unidas e está fazendo campanha em todo o mundo. Este movimento é parte do chamado Plano B para um acordo de paz no Oriente Médio enquanto as negociações com Israel permanecem estagnadas.” *

Recentemente, a notícia de que as Autoridades Palestinas apresentaram um pedido à agência cultural das Nações Unidas na segunda-feira para fazer a Igreja da Natividade, o primeiro patrimônio mundial localizado nos territórios palestinos, foi notícia no Haaretz.




“A igreja está localizada na cidade de Belém, hoje Cisjordânia, e é de particular significado religioso, porque foi construída no local onde Jesus nasceu segundo a tradição cristã. Estima-se que dois milhões de peregrinos e turistas são esperados para visitar a igreja neste ano. Para os peregrinos cristãos a Igreja da Natividade é tão sagrada como a Igreja do Santo Sepulcro, na Cidade Velha de Jerusalém, reconhecida pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade há 30 anos”.

Religiões a parte, não nos parece oportuno a inclusão da Igreja da Natividade como patrimônio da Humanidade? Analisando a questão entendemos que sim, tanto no sentido de mostrar um sentimento de respeito à própria religião cristã como também um meio de buscar a simpatia de milhões de pessoas que professam essa mesma fé.

No entanto, espero que a FÉ (dos outros) não seja usada para manipular a opinião pública para benefício próprio, como por exemplo, impor o reconhecimento de um estado independente, ou denegrir a imagem de Israel que se mantém avesso a criação de um estado palestino e a divisão de Jerusalém e sua nomenclatura como capital palestina.

Outro assunto que merece abordagem é a relação judaica da própria cidade de Belém, classificada na Bíblia como Belém de Judá, Belém Efrata, “na Cidade de Davi vos nasceu hoje...”.


Seria anti-bíblico que agora, por conta do pedido feito a UNESCO e o reconhecimento da Igreja da Natividade como primeiro patrimônio da Humanidade em território palestino(?) que a cidade de Belem perdesse por completo sua ligação com o povo judeu.


O que parece apenas um pedido inocente e como mencionei, bem oportuno, pode muito bem ser uma estratégia governamental, ou um meio de manipular a opinião pública, principalmente dos cristãos, que já dão indícios de aceitação, pelos comentários na página do Haaretz. Mas o que está por trás desse pedido? O que não lemos nas entre linhas?

Quando Neemias se propôs a reconstruir os muros de Jerusalém e a própria cidade, tanto no sentido físico como espiritual, estava na vontade de Deus. No entanto, os opositores, entre eles Sambalate e Tobias fizeram objeções e tentaram por diversas vezes impedir a obra.

O texto bíblico nos adverte para o tempo presente, em que “Tobias” tem se levantado freqüentemente contra Israel. No passado Neemias recusou ajuda deles e ainda acrescentou: “ Mas vós não tendes partes, nem justiça, nem memória em Jerusalém” ( Ne 2.20). E todo o esforço de Neemias foi recompensado!

Hoje, estamos diante de um dilema, disfarçado em “plano B” ou “em função da Paz” ou até mesmo de “patrimônio da humanidade”! Mas não seria uma forma de “enfraquecer as mãos dos que edificam”??

Em caso de dúvidas então deveriam modificar os texto da Bíblia Sagrada em função de cada divisão territorial imposta a Israel, em cada período da História!(?) Acho que não! O que deve prevalecer é o que está escrito na Palavra de Deus. Então, Belém de Judá, a cidade do nascimento de Jesus, continua sendo a cidade de Davi, do sepulcro de Raquel, de Boaz e Rute!

Marion Vaz

*Fonte: http://www.haaretz.com/

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