Data 15 de Nissan de 5771 - 19/04/2011
O Povo Judeu tem sua origem em Avraham (Abraão), que viveu há cerca de 4.000 anos atrás, em Ur, uma cidade antiga às margens do Rio Eufrates, na Baixa Mesopotâmia, numa região cujos habitantes eram idólatras, que acreditavam na existência de deuses controlando as diversas forças naturais do mundo.
Avraham foi o primeiro a entender que há apenas um D'us que criou, e controla todo o Universo, e por isso D'us lhe ordenou que abandonasse sua pátria e fosse para Canaã, a terra destinada a ser a Terra de Israel.
Uma vez que Avraham estava em Canaã - e ainda era conhecido por seu antigo nome, Avram, D'us fez com ele uma aliança:
"Seu nome será então Avraham... Eu te farei o pai de diversas nações... Eu manterei minha aliança... ao longo dos tempos... para ser seu D'us, e destinarei a Terra para... você e seus descendentes." (Gênesis, 17:3-8).
"Saiba que seus descendentes serão estrangeiros em terras alheias, e serão escravizados e oprimidos por centenas de anos. Mas eu farei o julgamento à nação para a qual eles servirão, e no fim, serão livres, com muita riqueza..." (Gênesis, 15:13-14)
E, realmente, Abraão foi pai de Isaque, cujo filho Jacó, teve seu nome mudado para Israel, foi o pai das famílias que originaram as doze tribos de Israel.
Devido a um período de fome em Canaã, Jacó e seus filhos vão ao Egito, onde encontrar José, seu filho que havia sido vendido por seus irmãos à escravidão, e que conquistou glória e poder em terra estrangeira e agora era governador do Egito.
No Egito
Devido ao poder e influência de José, Yaacov (Jacó) e sua família prosperaram no Egito, onde eram tratados com respeito e honra. Entretanto, um novo Faraó sobe ao poder após a morte de Iossef (José), e se sente ameaçado com o crescimento desproporcional da população dos Filhos de Israel. Estes são então escravizados e forçados a construir as cidades de Pithom e Ramses, por mais de 200 anos. Entre outras restrições brutais, a pior de todas era a ordem de que todos os bebês homens hebreus deveriam ser jogados no rio logo que nascessem.
Moisés foi salvo, já que sua mãe o colocou num pequeno cesto flutuando no Rio Nilo, e foi encontrado pela filha do Faraó, que o criou no palácio real. Quando Moisés tornou-se adulto, D'us apareceu para ele num “arbusto ardente” e ordenou que libertasse os israelitas, e trouxesse-os para a Terra de Israel.
A Batalha com o Faraó
O primeiro confronto de Moisés com o Faraó levou a uma piora nas condições dos pobres escravos, que passaram a perder sua confiança em Moisés. O Faraó continuamente se recusava a atender ao pedido de Moisés e seu irmão Aarão, enviados por D'us para pedir que o Faraó libertasse os hebreus.
Dez pragas foram então enviadas por D'us contra o Faraó e seu povo para demonstrar o poder de D'us sobre a natureza. Mas, não até que os primogênitos dos egípcios são mortos, o Faraó finalmente concorda em soltar o povo.
D'us ouve nossos prantos
Baseada na Torá, a Hagadá conta detalhadamente como os escravos choravam para D'us por sua salvação, e como estes gritos eram ouvidos.
O Êxodo não ocorreu, entretanto, sem que os escravos passassem por uma transformação psicológica: Os israelitas deveriam passar o sangue do cordeiro nos batentes de suas portas, para que o “anjo da morte” passasse sobre (pessach) suas causas (daí o nome da festa). Em suas famílias, os hebreus comeram o cordeiro prontos para partir.
Depois da decisão do Faraó, eles se apressaram: não houve nem tempo para seus pães fermentarem. Então, o povo comeu pão não fermentado (Matzá).
O Êxodo
Cerca de 600.000 homens filhos de Israel - além das mulheres e crianças - deixaram o Egito. Quando alcançaram as margens do Mar Vermelho, estavam totalmente encurralados quando viram as carruagens do Faraó perseguindo-os. Mas então, miraculosamente, as águas do mar se abriram, e eles atravessaram em terra seca. Quando os egípcios entraram na terra seca entre as águas, no entanto, as águas retornaram ao seu lugar, afogando Faraó e seus homens.
Chegando ao outro lado, e finalmente livres, os israelitas reconheceram a grandeza do milagre, cantando juntamente com Moisés uma canção de louvor: Shirat HaIam - a Música do Mar. O Midrash conta que os anjos também desejaram comemorar, mas D'us não permitiu: "O fruto da minha criação está se afogando no Mar, e vocês querem comemorar?"
O acordo com Avraham havia sido cumprido. Agora que a liberdade física havia sido atingida, faltava para os Filhos de Israel marchar para a liberdade espiritual e para a Terra de Israel.
A Jornada para a Terra Prometida
A mentalidade escrava ainda prevalecia entre os Filhos de Israel, e a jornada até a Terra de Israel foi cheia de reclamações e desconfiança por parte do povo, que algumas vezes quis retornar ao Egito e até mesmo chegou a construir um bezerro de ouro para adorar.
No entanto, o Povo de Israel recebeu e aceitou a Torah no Monte Sinai, com fidelidade e lealdade, dizendo: "Faremos e ouviremos."
A caminhada levou cerca de 40 anos, até que toda a geração que havia passado pelo Egito fosse substituída por uma geração mais preparada para viver em liberdade, em sua própria terra.
Fonte: www.webjudaica.com Baseado em textos de Virtual Jerusalem
SEDER E SEU SIMBOLISMO
Matzá – alimento básico do pessach, uma bolacha não fermentada feita de farinha de trigo e água, sem sal nem açúcar. Relembra o pão da miséria que foi comido na terra do Egito e desperta a consciência de que ainda nos dias de hoje há muitas pessoas desprivilegiadas.
Zeroá – pedaço de osso de cordeiro ou galinha grelhado – simboliza o poder com que D’us tirou os judeus do Egito e recorda o carneiro pascal.
Maror e Chazêret – raiz forte – erva amarga que remete ao sofrimento dos judeus escravos.
Charôsset – mistura de nozes, canela, cravo, passas, maçã e vinho tinto. Essa mistura lembra, na cor e consistência, a argamassa usada no Egito para fazer tijolos utilizados pelos judeus para construirem as edificações do faraó.
Beitsá – um ovo cozido é colocado no Keara (prato) para comemorar o sacrifício de Chaguigá, que foi oferecido junto com o sacrifício pascal no Templo. Simboliza também luto.
Karpass (karpas, carpas) – cebola, batata ou outras verduras que, molhadas em vinagre ou água salgada remete ao sofrimento, as lágrimas dos antepassados no Egito.
Chag Sameach!!
Marion Vaz
Fonte: http://bethccruz.blogspot.com/2010/03/pessach-pascoa-judaica.html
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