A
Lei do Retorno é uma legislação de Israel que estipula que todo judeu pode
fazer Aliá (Imigração Judaica), dá legalidade aos judeus de qualquer parte do
mundo que desejam morar no país e se naturalizar israelense.
As
duas primeiras ondas de imigração aconteceram em 1882 e 1914, depois entre 1919
e 1939, e em 1945 e 1948 trazendo também os sobreviventes do Holocausto. Embora
o deslocamento de judeus para Israel seja algo constante na História, a Aliá
proporcionou cerca de 27.403 pessoas a se estabelecer em Israel em 2016 vindas
de todas as partes do mundo. Em 2015 foram mais de 31.000 olim.
Esta
estratégia, se assim podemos chamar, que muda consideravelmente a face do país,
tem muitos pontos positivos e alguns negativos. Por quê? Cada Olim chega ao país com
sua bagagem e é natural que nos primeiros meses haja um desconforto em relação à
nova terra, idioma, costumes, hábitos alimentares, normas de comportamento e para
alguns a adaptação é lenta. E quando falamos em bagagens, não estamos nos
referindo às roupas, objetos pessoais e sim aquela gama de conceitos do país de
origem.
O
que se pode perceber através dos vídeos expostos no You Tube, nos textos
Online, nos artigos de blog que existe certo receio em se criar raízes. Algumas
pessoas estão em Israel há mais de 10 anos e simplesmente não se adaptaram ao
clima, por exemplo. Em depoimento em vídeo um Olim declarou que não gosta do
Shabat (?) porque as lojas fecham... Como assim? É nítida a nostalgia em
algumas declarações. Em outras áreas fazem dezenas de elogios ao povo, a terra,
a segurança, que em Israel se vive melhor, mas... Tem sempre um mas na
história.
Então de um lado temos os imigrantes tentando se adaptar, se ajustar, se envolver e do outro temos os "sabra" aqueles que nasceram em Eretz Israel.
Com
relação ao Olim brasileiro, cerca de 672 pessoas fizeram Aliá em 2016 e 497 em
2015, então a perspectiva é que esse número cresça a cada ano. O que me
incomoda é o que estão levando na bagagem. Li um texto recentemente de alguém
que já está no país há muitos anos que fortaleceu os meus temores em relação à
nova Face de Israel.
A
ideia de um país com totalidade judaica que preserve o sentimento sionista, as
tradições, o conceito de religiosidade centrado na existência de um Único D-us, não pode ficar comprometida. Este aglomerado de conceitos de nacionalidades diferentes que desce no aeroporto de Ben Gurion – Tel Aviv, não pode ser
detectado pelas máquinas. A visão sociocultural pós-moderna embutida no
sentimento que vai aflorar com o tempo pode ser transparente nas entrevistas ou nos
questionários da The Jewish Agency ? O que podemos perceber é
que em alguns casos a pessoa que imigrou para Israel não se identificou com a
terra, não criou raízes.
Uma
prova disso está nos argumentos da criação de um estado palestino, defendido
por quem imigrou há pouco mais de 10 anos para Israel. Outro problema diz
respeito à religiosidade e muitos judeus se declarem não religiosos (ou sem
religião – ateu) embora apreciem a devoção em algumas festividades
(?). Chegaremos ao ponto de Juízes 2.10 “e levantou uma geração que não
conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel”? O que está
acontecendo com a sociedade israelense? Quais são os seus valores imediatistas?
É
visível que muitas cidades/bairros sejam conhecidas por sua população
religiosa, enquanto outras cidades sejam rotuladas de laica, moderna, onde a
vida secular se distancia da religiosa. Não estou criticando o país, cujo
desenvolvimento em muitas áreas supera todas as expectativas! Mas é preocupante
que a Aliá, que promove o crescimento da população judaica no território
israelense venha a ser também o veículo usado pelo Olim que não tem comprometimento com a terra, com a cultura, com os valores do
passado, que manifesta sua opinião com base no contexto
sociopolítico do país de origem. Quem quer a criação de outro estado no
território israelense nem precisa sair do Brasil! Aqui tem pelo menos 26 Estados que a pessoa pode escolher para viver! (risos)
A
nova face de Israel pode decidir o futuro da nação.ou irromper problemas mais
sérios e comprometer a sobrevivência do povo e as conquistas territoriais. A fé
que impulsionou os antigos a romper barreiras e acreditar nas promessas de D-us
para o seu povo dever ser preservada. Israel é uma nação forte e em pleno
desenvolvimento, uma nação que não se deixa intimidar por ações ou “resoluções”
estabelecidas por outros países. Queremos ser um povo obstinado em defender ideais, nosso maior patrimônio - a terra!
Então você que está na fila da Aliá repense suas prioridades, seus
conceitos antes de entrar no avião.
Marion
Vaz
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