Judia ortodoxa, Naama Shafir, pediu para jogar com blusa por baixo do uniforme, mas teve a solicitação negada pela organização do campeonato, assim a atleta de Israel pode ficar fora do Europeu de basquete.
De acordo com o regulamento, todas as jogadoras devem usar o mesmo uniforme. Naama, no entanto, quer seguir as orientações de sua religião, que diz que as mulheres devem cobrir os ombros em público. Nesta quinta, Naama afirmou que, então, não vai participar da competição. A Federação Insraelense chegou a apelar da decisão, mas não foi atendida.
Ao ler essa notícia fiquei imaginando a complexidade do tema abordado e suas conseqüências. Interessante como a religião é menosprezada em função das normas estipuladas pelas empresas.
Aconteceu aqui mesmo no Rio de Janeiro, um rapaz foi proibido de usar um kipá num shabat, porque a empresa de Telemarketing tinha regras com relação ao uniforme de seus funcionários. Ele não teve outra opção a não ser deixar o emprego.
Há alguns anos, lembro-me de ter estudado com uma jovem cuja religião também guardava o sábado. A diretoria da escola chamou a atenção dela por causa das faltas e que se ela continuasse a faltar às aulas no sábado iria repetir o ano. A moça afirmou que não estava disposta a ignorar as tradições de sua religião, até o pastor da jovem teve que intervir perante os diretores, mas eles estavam irredutíveis. Eu realmente não me lembro o desfecho da história, e sim da jovem de cabelos cumpridos, afirmando que não iria deixar de guardar o sábado por causa da escola.
Por que a jovem jogadora não pode usar uma roupa por baixo do uniforme? Lembro-me de que moças mulçumanas optaram em jogar usando lenços nos cabelos em seus países. Shafir afirmou que no seu time ela tem permissão de usar uma blusa por baixo do uniforme.
Felizmente, a religião ainda fala mais alto. E alguns optam em perseverar na fé de seus patriarcas e nos mandamentos de D-us como fez Daniel ao não se contaminar com os manjares do rei. Como os jovens Hananias, Misael e Azarias que preferiam a fornalha a se ajoelhar diante de uma estátua.
Hoje, os tempos são outros, as táticas mudaram e as exigências para que Israel se torne “igual às outras nações” são feitas do modo mais sutis, como acabamos de ler.
Uma reportagem no Haaretz criticava judeus por saírem as ruas proclamando a reconstrução do Templo. Embora houvesse um pouco de exagero nas frases expostas e aclamações de alguns israelenses, o importante é o sentimento religioso não ficou adormecido e o povo ainda clama por sua crença.
Se por uma lado, Israel se destaque por causa dos avanços tecnológicos e políticos, mantém, mesmo que seja a um custo elevado, suas tradições culturais e religiosas, é isso é algo que devemos admirar!
Marion Vaz
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