A questão dos imigrantes, um fenômeno global, passou também a ser um assunto de discussão no parlamento israelense. Em 2010 a população de Israel foi calculada em 7.587 milhões de habitantes, sendo que 75,5% de judeus e 24,5% palestinos e imigrantes.
Essa preocupação tem seus motivos, primeiro em relação à qualidade de vida da população israelense, segundo com o próprio status do Estado que deveria ser em sua totalidade judaico, terceiro, em relação aos imigrantes e suas famílias.
No começo dos anos 1990 imigrantes vindos de longe, especialmente do Sudeste Asiático, começaram a desembarcar no pequeno país, com incentivo do governo local, em busca de melhores condições de trabalho. Eram tailandeses, filipinos e chineses, por exemplo, que começaram a substituir a força de trabalho palestina.
No entanto, esses estrangeiros atualmente são vítimas de preconceito e deportação, apesar de alguns terem tido filhos em solo israelense.
Segundo a opinião do economista israelense Shir Hever como os setores de construção, agricultura, saúde e limpeza precisavam de mão-de-obra barata, por décadas essas empresas negligenciaram investimentos em capital humano, maquinário e salários apropriados para se modernizar e tornaram-se dependentes do trabalho palestino. Esse trabalho foi substituído nos anos 1990 pelos imigrantes.
A partir de 2009, para conter a onda imigratória e preservar a predominância de judeus na população, deu início a uma série de medidas. Em agosto de 2010, foi aprovada uma lei que permitia a deportação de crianças de imigrantes.
Em 20 de maio, o Knesset aprovou uma lei que restringia imigrantes que trabalham no setor de saúde a uma região específica do país – ela foi denominada por críticos como “Lei da Escravidão.
A “Lei da Escravidão”, na verdade era uma emenda à Lei de Entrada israelense, que regula questões de vistos e deportação, mas foi vetada pela Suprema Corte de Israel, por considerá-la uma forma de escravidão moderna: “Quando um trabalhador deixava seu empregador, perdia o visto de trabalho, tornando-se ilegal. Como resultado, trabalhadores eram explorados e maltratados por empregadores, não eram pagos, tinham que escolher entre um mau empregador ou perder o visto.”
Os mediadores que traziam os imigrantes cobravam entre cinco e 24 mil dólares de cada um. As companhias têm um enorme interesse nesse sistema em que mais trabalhadores sejam trazidos a Israel e rapidamente deportados, e que novos venham para substituí-los. Elas lucram com isso.
O governo luta para impedir que centenas de milhares de trabalhadores ilegais inundem o país e que somando aos palestinos venham a se formar a tão temida “bomba demográfica”, o que seria um perigo ao caráter judaico do Estado de Israel.
Fonte : http://operamundi.uol.com.br
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