sábado, 12 de outubro de 2013

Israel - Perspectiva através do Tempo

 

Os Patriarcas  Afirmamos que a história registrada no livro de Gênesis no Primeiro Testamento dá início à formação do povo judeu. Tudo começa com o patriarca Abrão, ele sai de sua cidade de Ur dos Caldeus, na Mesopotâmia, em direção à terra que ainda lhe seria revelada. Ao tomar posse das promessas de Deus foi abençoado e mais tarde se tornaria uma grande nação. O encontro com Deus deve ter sido algo extraordinário, que abalou a estrutura física e emocional deste homem e o direcionou para uma nova vida:


"Pela fé, Abrão sendo chamado, obedeceu e saiu para um lugar que haveria de receber por herança e saiu sem saber para onde iria". Hebreus 11.8



 
  A terra da peregrinação chamava-se Canaã, mais tarde, Israel. Isaque e Jacó herdeiros da mesma promessa, mantém a mesma conduta de fé e obediência. Num período de escassez de alimento, Jacó e seus filhos emigraram para a terra do Egito, onde José era governador. Após a morte deste, seguiram-se anos de angústias.  Os Bney Yaacov tornaram-se escravos.

Moisés surge no cenário como um libertador nomeado pelo próprio Deus. A comunhão entre eles tornar-se-ia algo surpreendente. Depois de várias entrevistas com Faraó e dez pragas que praticamente assolaram os egípcios, o povo é liberado. Eles testemunham a força do seu Deus e os milagres acontecem, um após outro. A travessia pelo Mar Vermelho é um momento histórico a ser lembrado de geração em geração. E Moisés conduz o povo pelo deserto, num período de quarenta anos.

O povo escravizado por quatrocentos anos agora caminhava em direção à liberdade. Anos que serviram para estruturar Israel tanto na esfera religiosa como civil. As areias quentes do deserto observam meninos se transformarem em homens fortes e corajosos.

Os Dez Mandamentos e a Lei, recebidas no monte Sinai, formam a base da religião mosaica. O Tabernáculo é erguido, surgem os sacrifícios e as festas.

A caminhada chega ao fim e a Terra Prometida é admirada por Moisés do monte Nebo. Ali ele morre e é enterrado.


A conquista e a divisão das terras pelas doze tribos sob a liderança de Josué marca um novo período da história. O novo líder é um homem com coragem bastante para assumir uma posição diante do povo e do seu Deus (Js.24.15).

As doze tribos de Israel estabeleceram seus territórios: Ruben, Simeão, Manassés, Judá, Isaacar, Zebulom, Efraim, Benjamim, Dã, Naftali, Gade e Aser. Mas existia outra etapa a ser vencida: O povo nômade enfrentava agora os problemas e as dificuldades de uma vida segregaria.

Após a morte de Josué, a liderança do povo fica a cargo dos Juízes. Esses homens eram nomeados por Deus, à medida que Israel era subjugado por outros povos que viviam ao redor. Os juízes lideravam os hebreus e avaliavam as questões internas. A Bíblia cita alguns deles: Otniel, Eude, Sangar, Débora, Gideão, Abimeleque, Tola, Jair, Jefté, Ibzá, Elon, Abdom, Sansão, Eli, Samuel. Eles combatiam com os povos Moabitas, Midianitas, Amonitas e Filisteus.

 
Monarquia
 

De repente, eles perceberam que era hora de Israel ter de um governo centralizado, uma liderança que administrasse todo o território. Eles pedem um rei.
 

Samuel se sente constrangido em comentar o assunto com Deus, mas Israel precisava ser igual aos outros povos para se impor perante eles. Os anciões confiaram na autoridade de Samuel e no seu discernimento. O período monárquico é instituído por Saul. Ele foi escolhido por Deus, ungido e cheio do Espírito de Deus (1 Sm 10). Com o passar dos anos seguem-se conflitos internos.

Davi, o próximo rei entra para a história como "um homem segundo o coração de Deus". É ele que converte a cidade dos jebusitas na capital de Israel. Quarenta anos de reinados garantem o domínio sobre os povos e a conquista do território – um homem de muitas guerras, mas um homem sincero diante do seu Deus. Muitos dos salmos de adoração foram compostos por ele. Salmos que indicam sua comunhão, seu temor, sua gratidão e sua total dependência do Todo Poderoso.

Mas é no reinado de Salomão que o Templo é construído. Sua sabedoria atrai centenas de pessoas e ele escreve seus provérbios. Salomão faz casamentos políticos e fortificações estratégicas por todo o território.





O monarca centrou suas ações no desenvolvimento econômico com o domínio das principais vias de comércio.

Mas errou quando desobedeceu a Deus e contraiu matrimônio com mulheres idólatras. Elas corromperam o coração dele
consequentemente de todo o povo, com seus altares espalhados por todos os lugares. Os muitos impostos para manter o reino causaram decepções populares.

Uma rebelião após a morte de Salomão e diversos conflitos internos divide o reino. As dez tribos do norte passam a se chamar Israel. Jeroboão constrói altares e transfere o centro religioso para Betel e Dã. Ao sul, passa a reinar Roboão e Jerusalém continua a dominar a vida espiritual de Judá. Sucessivos reinados nos dois territórios marcam um período de constantes mudanças espirituais.


Cativeiro e Retorno

 
Apesar de todos os esforços dos profetas em advertir o povo contra a idolatria que assolava a casa de Israel e da iminência do castigo de Deus, o reino do norte introduz ainda com mais descaso, o culto a Baal. A idolatria atinge a ala dos sacerdotes. O Império assírio conquista o norte do país e uma deportação em massa, deixa o território abandonado.

Os gravíssimos acontecimentos parecem não ter aterrorizado Judá por muito tempo. As abominações invadem a vida diária do povo e um novo Império surge como grande ameaça. Nabucodonozor cerca Jerusalém.

O Templo é destruído, o povo contempla os muros e as portas

devoradas pelo fogo. A cidade fica completamente arrasada e o povo caminha numa marcha lenta para a Babilônia.

Setenta anos de cativeiro marcam um período de arrependimento e tristeza: "junto aos rios de Babilônia nos assentamos e choramos lembrando-nos de Sião" (Salmo 137.1). Essa triste canção transformada em versos por Luis de Camões no século XVI, foi uma chama acessa da esperança de retornarem a terra de Sion.

O Imperador Ciro ascende ao trono e o seu domínio estende-se até a Babilônia. Cumprem-se as palavras do profeta Jeremias e o povo retorna a sua terra. A primeira leva de judeus que chegou a Jerusalém trouxe os pertences do Templo que Nabucodonozor havia levado.

A reconstrução do Templo e da cidade foi marcada por sucessivas investidas contrárias por parte dos samaritanos. Ataques frequentes de beduínos do deserto e edomitas atraídos pelo desejo de roubar tais tesouros, também contribuem para desanimar o povo. Intrigas junto à corte persa paralisam a obra até o decreto do rei Dario (Esdras 4.24).

Ageu e Zacarias profetizam ao povo incitando-os a continuar a edificação da casa de Deus. Uma nova correspondência é enviada ao rei mostrando o decreto de Ciro que dava aos

judeus o direito de reconstruir Jerusalém. Uma leitura minuciosa dos textos bíblicos nos revela as dificuldades enfrentadas por esses judeus. A todo instante eram abordados e intimidados. Anos após anos.

Sob a liderança de Esdras e Neemias Jerusalém torna-se novamente fortificada. A dedicação incondicional desses homens na reestruturação da sociedade judaica marca o início de uma nova etapa na história de Israel. Esdras se destaca como escriba.


"Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor e para a cumprir e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos" (Esdras 7.10).

 
Ele reuniu todos os livros dispersos, retificando os textos e o povo foi convocado para ouvir a Lei. Houve arrependimento e grande choro. Severas exigências e punições foram tomadas para trazer o povo a uma nova realidade: Os judeus haviam transgredido os Mandamentos (Mitzvot) do seu Deus. Neemias traz de volta o sentimento de devoção incondicional ao Eterno, mesmo que pra isso tenha tomado medidas drásticas conforme se lê no capítulo 13.25 do seu livro.


Outros Impérios se levantaram e a terra de Israel estava no caminho deles. Os gregos sucederam aos persas, e os romanos aos gregos. Contudo os judeus lutaram heroicamente para preservar sua identidade e seus valores, e mais que tudo, a liberdade de governar o seu próprio povo. Quatro séculos marcaram a sobrevivência das tradições.


 


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