domingo, 24 de fevereiro de 2013

Purim 2013

 

 
 
A Festa de Purim é comemorada em Israel nos dias de hoje com muita alegria, doces e fantasias. O relato sobre toda história da salvação dos judeus das armações de Hamã é lido em todas as Comunidades Judaicas e Sinagogas. Segue abaixo um pequeno resumo sobre ele.
 
 
 
Relato da História de Purim
 
A trama de Haman

Não foi preciso muito tempo para Haman descobrir um meio através do qual esperava exterminar todos os judeus das 127 províncias da Pérsia e, entre eles, seu pior inimigo - Mordechai.

Imediatamente começou a executar seu sombrio propósito. Chamou os escribas do rei e ordenou-lhes que preparassem dois decretos reais para enviar a todos os embaixadores e governadores das 127 províncias.

0 primeiro era um edital aberto e ordenava a todos os governadores que fornecessem armas ao povo para o dia 13 de Adar, a fim de que, neste dia massacrassem um certo grupo prejudicial à nação. 0 segundo decreto, lacrado, indicava o nome desse grupo, mas eles somente tinham a permissão de abri-lo no dia 13 de Adar. Esta ordem indicava em termos claros e inequívocos, que o povo persa devia atacar e matar todos os judeus, jovens e velhos, mulheres e crianças, em todo lugar onde estivessem.

Estes dois decretos irrevogáveis, devidamente assinados e selados com o carimbo do anel do rei, foram enviados de imediato a todos os dirigentes do reino. O astuto Haman tinha tomado as devidas precauções para que seu plano permanecesse secreto, para surpreender os judeus sem lhes dar nenhuma escapatória.

 

O Jejum de Ester

"Então Ester, respondeu a Mordechai: 'Vai e reúne todos os judeus... e jejuai em meu favor... Da minha parte, também jejuarei com minhas servas'" (Meguilat Ester 4:15-16)




Ester entendeu então o grave perigo que ameaçava o povo judeu. Sim, ela estava pronta, de todo coração, a arriscar sua vida por seus irmãos. Mas que situação desesperadora! Mesmo que ela salvasse sua vida e o rei aceitasse seu pedido, os decretos com o selo real continuariam irrevogáveis; o próprio rei não poderia anulá-los. Quão pequena era a chance de sucesso! No entanto, Mordechai tinha razão: ela não tinha escolha. Ester tomou portanto a resolução de não abandonar seu povo nesse momento de aflição.

Novamente ela se dirigiu a Mordechaí através do Hatach:


"Diga a todos os judeus, jovens e velhos, para jejuar e rezar durante três dias, até que D'us nos escute e tenha piedade. Aqui no palácio, eu e minhas servas jejuaremos e recitaremos preces também, pois somente um milagre Divino pode salvar nossos compatriotas. Após estes três dias, apesar da proibição, irei ver o rei; se tiver que morrer, morrerei."










Era difícil para Mordechai aceitar este legítimo e sábio pedido de Ester, pois o jejum coincidia com a festa de Pêssach. Porém, como se tratava do futuro do povo inteiro, ele decidiu proclamá-lo oficialmente.

Em todos os lugares onde havia judeus, nas 127 províncias do império persa, aceitaram o jejum e rezaram suplicando a D'us. Muitos dentre eles se vestiram com sacos e cobriram-se de cinzas em sinal de luto.

Em Shushan, Mordechai reuniu as crianças judias das escolas e das instituições talmúdicas (Yeshivot). Vestidos com sacos e cinzas por sobre a cabeça elas gritavam e rezavam dia e noite para que D'us tivesse compaixão. Quando D'us viu estes pequenos inocentes e ouviu suas preces aflitas, apiedou-se. Ele disse: "Por causa das crianças Eu salvarei o Meu povo".

(...)

Ester intercede perante o rei

"E aconteceu no terceiro dia; Ester vestiu suas roupas reais e entrou na corte interior do palácio... " (Meguilat Ester 5:1)

Durante os três dias de jejum, Ester não cessou de dirigir preces a D'us, a fim de obter êxito em sua tentativa de salvar seu povo. No terceiro dia, reuniria coragem e iria em direção à sala do trono. Sentia-se inspirada por D'us, e apesar do prolongado jejum que a tornara pálida e fraca, terminou por ignorar os guardas do rei e entrou na sala do trono onde ele permanecia sentado, rodeado por seus servos.

Entre os cortesãos do rei encontravam-se os filhos de Haman e seus seguidores. Mal podiam disfarçar seu regozijo ao ver a rainha entrar sem ser anunciada. Se o rei ignorasse essa convidada não anunciada, Ester não mais existiria...

Neste momento, o rei viu Ester na entrada da sala. Ela estava pálida e tinha um ar preocupado, mas sua face irradiava um charme angelical. O rei imediatamente estendeu-lhe seu cetro e a rainha aliviada e cheia de esperança, aproximou-se e tocou na sua ponta.

Muito surpreso por receber uma visita inesperada, o rei perguntou-lhe docemente: "O que te preocupa, minha cara Ester e o que posso fazer por ti? Se desejasses a metade do meu reino, eu te daria".

Ester julgou não ser este o momento propício para revelar-lhe suas verdadeiras intenções; contentou-se em perguntar se viria ao banquete que ela havia preparado especialmente para ele e o Primeiro Ministro, Haman.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O rei aceitou imediatamente, e enviou instruções a Haman para que ele também comparecesse a este banquete.

(...)

"E penduraram Haman na forca que ele havia preparado para Mordechai..." (Meguilat Ester 7:10)

Dirigindo-se carinhosamente à Ester, o rei disse-lhe: "Ester minha rainha, tu certamente possui um desejo que gostarias que eu atendesse. Tu não organizaste estes dois banquetes para agradar Haman! Dize-me, qual é o teu pedido. Eu te darei até mesmo a metade do meu império. Somente não me pede para os judeus reconstruírem seu Templo, pois este está na metade do reino que eu me reservo".

Ester com uma voz emocionada, respondeu ao rei: "Eu somente almejo uma coisa: que a minha vida e a dos meus compatriotas seja poupada, pois nós devemos, meu povo e eu própria, sermos impiedosamente exterminados e eliminados..."

0 rei, trêmulo com o horrível pensamento que a vida de sua amada rainha estivesse em perigo, em seu próprio palácio, tomou a palavra e disse à sua esposa: "Quem ousa cometer tamanha inépcia?"

Ester respondeu, apontando um dedo acusador na direção de Haman: "É esse nosso opressor e inimigo, o odioso Haman. Foi ele o causador da morte de Vashti, e agora quer me tirar a vida..."

Haman amedrontou-se e empalideceu, enquanto que o rei saiu para o jardim, afim de respirar um pouco de ar puro.

Quando o rei voltou viu que Haman estava ajoelhado perante a rainha, suplicando para deixá-lo com vida. O rei, irado, lhe disse: "Portanto foste tu que ousaste conspirar na minha casa até contra minha própria mulher?"
Naquele instante, Charvoná, um dos servos do rei, falou a seu mestre: "Ó rei, o senhor não sabe que ele construiu uma forca de cinquenta cúbitos para o leal Mordechai, que sua majestade honrou? Veja, ela é mais alta que o palacete do Haman!"

"Que Haman seja enforcado!" - ordenou o rei.


A festa de Purim

"Então Mordechaí saiu da presença do rei, trajando roupas reais, azul celeste e branco, com uma grande coroa de ouro e um manto de linho fino e púrpura. E a cidade de Shushan o aclamava jubilosamente" (Meguilat Ester 8:15)

"Os judeus instituíram e estabeleceram para eles... e para a posteridade, a obrigação de celebrar, a cada ano, estes dois dias..." (Meguilat Ester 10:27)

O rei tinha boas razões para se orgulhar de Ester. Soube agora que ela descendia da família real de Saul, o primeiro rei dos judeus. Quando descobriu que Mordechai era também descendente desta nobre família e primo de Ester, nomeou-o sucessor de Haman.

O rei presenteou Ester com a casa de Haman, e deu a Mordechai o anel real que havia retomado de Haman. Apesar de Mordechai e Ester estarem profundamente agradecidos ao rei pelos seus favores e segurança que sentiam sob a sua proteção, não perdiam tempo em alcançar seu verdadeiro objetivo. O cruel decreto de Haman ainda estava em vigor e se não fosse revogado, os judeus estariam perdidos.

Assim Ester intercedeu novamente perante o rei em favor dos seus irmãos condenados a morrer. Atirando-se ao chão e com os olhos cheios de lágrimas, suplicou ao rei para salvá-los do terrível destino que os aguardava e bradou com uma voz angustiada: "Como poderia eu assistir inerte ao massacre dos meus irmãos?"

0 rei, profundamente tocado, gostaria de poder livrá-la dessa dor. Infelizmente, era muito difícil anular o decreto em questão, pois tinha sido promulgado com sua ordem, e possuía o carimbo do anel real; portanto era írrevogável.

Finalmente uma solução foi encontrada. Um novo edital foi publicado. Uma vez mais os escribas foram convocados para elaborar novos decretos que desta vez foram ditados velo próprio Mordechai. Mensageiros reais montando os cavalos mais velozes do reino, dirigiram-se imediatamente a cada uma das 127 províncias do império persa, que se estendiam da índia até a Etiópia, para entregar os novos decretos aos governadores e respectivos príncipes.

Por ordem real, os judeus foram autorizados a se reunir no dia 13 de Adar para se defender, atacar e matar todos os inimigos que os ameaçavam. A notícia espalhou-se rapidamente como um relâmpago até os recantos mais longínquos do império, e todos começaram a tratar os judeus com respeito.

No dia 13 de Adar, data na qual os judeus deveriam ser exterminados por Haman e suas forças, eles se reuniram nas praças públicas de cada cidade e vilarejo, condenando à morte, por ordem do rei, todos que tivessem demonstrado crueldade para com eles. Setenta e cinco mil homens, dispostos a atacá-los, foram condenados à morte, mais quinhentos em Shushan, como também os dez filhos de Haman.

Quando o rei deu a notícia a Ester, perguntou-lhe se agora ela estava satisfeita.

"Existem ainda em Shushan, numerosos e temíveis inimigos que não cessaram suas atividades e que devem ser exterminados se o país quiser viver em paz. Se o rei achar correto, o dia de amanhã será dedicado a julgar, em Shushan, os últimos inimigos dos judeus, pois eles são ao mesmo tempo os inimigos da humanidade. E é preciso igualmente pendurar os corpos-sem-vida dos filhos de Haman."

O pedido de Ester foi imediatamente atendido e, enquanto os judeus das outras cidades comemoravam e festejavam no dia 14 de Adar, os de Shushan estavam demasiadamente ocupados em condenar os inimigos. Eles então celebraram no dia seguinte, o grande dia da sua milagrosa salvação.

Assim foi decidido que o dia 14 de Adar seria escolhido como o dia da festa de Purim, em comemoração à milagrosa salvação do nosso povo e a queda do perverso Haman.

Em respeito à Terra de Israel que, naquela época jazia em ruínas, os Sábios instituíram que nas cidades cercadas por muralhas, Purim seria celebrado, como em Shushan, no dia 15 de Adar. Este dia é chamado de Shushan Purim, Os dois são dias de alegria e júbilo e, nesta ocasião, os judeus trocam Mishlôach Manot (presentes comestíveis), e os pobres recebem doações.

Ao mesmo tempo, os judeus decidiram que o dia 13 de Adar, véspera de Purim, seria um dia de jejum, chamado de "Jejum de Ester", em lembrança às rezas e jejuns realizados pelo povo todo por iniciativa da rainha Ester, que os levou ao arrependimento e fervor religioso, quando aceitaram, de bom grado, todos os mandamentos da Torá.
 
 

Nossos Sábios explicam que os dois dias de Purim serão comemorados eternamente, mesmo na Era Messiânica, quando outras festas serão anuladas.

Há 23 séculos, cada geração de judeus celebra todos os anos, a festa de Purim. Para os inimigos de Israel, para os "Hamans" de todos os tempos, esta comemoração é uma advertência solene. Para nós, esta maravilhosa festividade transmite inspiração, coragem e fé e fortifica nossa devoção e ligação ao nosso grande D'us misericordioso. Ela é, ao mesmo tempo, um sinal precursor e certo de nossa Redenção que não tardará a vir.



 

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