Escrito por RAFAEL ELDAD - Embaixador de Israel no Brasil
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, iniciou no último domingo uma série de visitas a quatro países latino-americanos. Venezuela, Cuba, Equador e Nicarágua irão receber o líder islâmico em um momento de tensão no Oriente Médio e no mundo.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, iniciou no último domingo uma série de visitas a quatro países latino-americanos. Venezuela, Cuba, Equador e Nicarágua irão receber o líder islâmico em um momento de tensão no Oriente Médio e no mundo.
As constantes ameaças contra Israel, o avanço do programa nuclear e os testes com mísseis de curto e longo alcances são algumas das preocupações que recaem sobre o Irã hoje diante da Comunidade Internacional.
Mas o que o iraniano busca tão longe de seu país? Isolado no mundo após um sequente distanciamento de países outrora próximos, ele está desesperado por novos “amigos”. Seguramente não é esperado que ele traga uma mensagem de paz, uma contribuição aos direitos humanos, uma boa lição sobre os direitos das mulheres ou de tolerância religiosa. Lamentavelmente, sabemos que os pontos fortes daquele país não estão nesses temas, mas em uma introdução do terrorismo (veja os atentados cometidos na Argentina contra a Embaixada de Israel e a sede da Associação Mutual Israelense Argentina nos anos 90) com infiltração de grupos (como o Hezbollah) que não tem nenhuma ligação com pacificação ou desenvolvimento.
Sabemos todos que esta visita tratará muito mais sobre a busca de aliados para que as sanções internacionais que o mundo impõe sobre o Irã, pela desistência de seu programa nuclear, sejam freadas. O programa representa claramente, como foi confirmado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um perigo à segurança mundial.
Todos aqueles que buscam a paz e querem contribuir com a pacificação e o desenvolvimento deve condenar e rechaçar esta visita que não trará nada de positivo à América Latina, somente o temor de que estes países importem o modelo de terrorismo e não respeito aos direitos humanos praticado por Ahmadinejad.
Todavia, sua vinda à América Latina mostra que as sanções estão funcionando. Em uma clara demonstração de desespero, o Irã agora busca novos aliados, inclusive comerciais, a fim de evitar novas sanções ou embargos. A Comunidade Internacional comprova, mais uma vez, que impor sanções a este regime é uma boa opção diante das ameaças que o Irã representa, assim como diante da negação em interromper seu preocupante programa nuclear.
Deve-se lembrar que a sanções impostas representam, também, um repúdio às ameaças sofridas por Israel constantemente de ser “varrido do mapa” pelo iraniano. Israel, sendo o país mais abertamente e agressivamente ameaçado por Ahmadinejad, vê com preocupação estes esforços do Irã em exportar as tensões e os conflitos de outra parte do mundo à América Latina. Espero que ele não consiga. Confio que a América Latina irá se tornar um modelo de paz e de harmonia e, ao contrário das intenções do iraniano, exporte seu modelo de prosperidade, desenvolvimento e a democracia ao Irã.
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