O jovem judeu ao atingir a idade de 13 anos, contados pelo calendário hebraico, converte-se em Bar-Mitzvá. Pela tradução literal "sujeito ao mandamento", isto é, deve participar e praticar todos os 613 mandamentos divinos, sendo ele mesmo responsável por todos os seus atos. Até o momento de tornar-se Bar Mitzvá cabe ao pai ou tutor toda a responsabilidade dos atos bons ou maus praticados pelo seu filho.
A partir deste momento a responsabilidade é exclusivamente do jovem que agora passa a integrar a comunidade como um adulto, no sentido do cumprimento das Mitzvot (Mandamentos).
Quando meninos e meninas se tornam bar ou bat mitzvá, eles atingem um novo estágio de desenvolvimento em suas vidas e começam a pensar sobre que tipo de pessoa quer ser.
Na puberdade, uma pessoa não vive mais no mundo de fantasia da infância e pode começar a fazer uma avaliação realista de seu mundo. Esse é o momento quando a consciência moral e a sensibilidade se desenvolvem completamente, permitindo que elas tenham total responsabilidade por seus atos.
De acordo com a tradição judaica, é nesse ponto que elas são consideradas prontas para canalizarem sua inclinação para o bem e sujeitarem suas tendências naturais de colocar sempre suas próprias necessidades antes das dos outros.
Em um nível mais profundo, assim como seus corpos estão crescendo e ganhando novas formas, assim também suas almas estão crescendo e mudando.
A tradição cabalística nos diz que o espírito de uma pessoa tem diversos níveis de alma. Um novo nível chamado Neshamá ganha consciência no momento do bar ou bat mitzvá. É esse nível que dá à pessoa a habilidade de tomar decisões conscientes e racionais.
Bat Mitzvah no Muro Ocidental em dezembro/2011
Os 613 mandamentos fundamentais representam a estrutura de toda a moral judaica. Estabelece normas de conduta em todos os momentos da vida do homem, quer nas suas relações com os seus semelhantes, quer nas suas relações com o Todo Poderoso.
Ao lado desta responsabilidade moral, o jovem adquire no Bar Mitzvá o privilégio do Minyan, ou seja, jovem passa a ser um membro do grupo de dez homens, número este que a lei judaica exige como mínimo para a realização de qualquer ato religioso de caráter público.
O Costume
Bar Mitzvá data do século XVI. A Torá não o menciona. O Talmud apenas faz alusão ao fato de os jovens, a partir dos treze anos, começarem a transformar-se em homens adultos, não estabelecendo, porém, normas nem a idade exata para o acontecimento.
A primeira referência escrita sobre a sua celebração encontra-se no Código Religioso de Ética, Moral e Conduta Humana chamado Shulchan Aruch, compilado em meados do séc. XVI, por Yosef Karo.
A Celebração
Durante os meses que antecedem essa data importante, o jovem aprende as noções fundamentais da história e das tradições judaicas, as orações e costumes do povo, estudando os princípios que regem a fé judaica. No dia a cerimônia, o jovem coloca os Tefilin e recita um trecho da Torá, com a melodia tradicional apropriada. A cerimônia religiosa é seguida de uma reunião festiva que é oferecida pela família do Bar Mitzvá aos parentes e amigos.
A festa é frequentemente acompanhada por discursos de amigos e parentes que encorajam o bar ou bat mitzvá a tomar para si seu novo papel como adulto judeu completo com alegria, e a aspirar ao ganho de espiritualidade em sua vida.
Além disso, no Shabat que sucede o aniversário de 13 anos do bar mitzvá, ele é chamado à Torá durante o serviço matinal na Sinagoga para recitar a bênção na Haftará. Muitos meninos também lêem a porção semanal da Torá, tendo já estudado com antecedência com um chazan ou com um moré especializado na leitura da mesma. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário