segunda-feira, 16 de maio de 2011

Dia de Nakba




A emoção das festividades do Haatzmaut não tinha terminado e Israel já enfrentava, de novo,  mais uma revolta popular quando palestinos que viviam próximos as fronteiras do país, ao norte pelo Líbano, na Síria que abriga cerca de 470 mil refugiados e pelo sul na Faixa de Gaza, protestaram de forma violenta.

Os protestos foram realizados neste domingo (dia 15) para marcar o dia de Nakba, que lamenta a criação do Estado de Israel. Em resposta, as forças armadas de Israel abriram fogo contra os palestinos que tentavam atravessar as fronteiras.

O Primeiro Ministro Benjamim Netanyahu disse numa rápida coletiva que esperava que a calma fosse restabelecida rapidamente, mas afirmou: “estamos determinados a proteger nossas fronteiras e nossa soberania”.




Vários protestos ocorreram em outros lugares, na Cisjordânia jovens palestinos atiraram pedras contra soldados de Israel que contra atacaram com gás lacrimogêneo e balas de borrachas.







Nas proximidades de Ramallah, manifestantes exibiram uma chave simbólica durante o protesto.







Em Jerusalém um adolescente foi morto a tiros durante protestos na sexta-feira. O incidente ocorreu na parte oriental da cidade, onde se observa um número freqüente de incidentes violentos de palestinos que atiram pedras em policiais israelenses e colonos judeus.

Na Faixa de Gaza,  os manisfestantes usaram a bandeira como forma de protesto e militantes do Hamas se posicionaram na fronteira com o Egito.













Em Tel Aviv, centro comercial de Israel, um caminhão conduzido por um israelense árabe foi jogado contra veículos e pedestres, matando um homem e ferindo 17 pessoas.

Já no povoado druso de Majdal Shams, nas Colinas de Golan, local capturado da Síria por Israel em 1967, o major Dolan Abu Salh disse que cerca de 50 manifestantes do Nakba, vindos da Síria, forçaram a entrada pela fronteira e centenas de manifestantes invadiram o fértil vale verde agitando bandeiras palestinas.

O presidente Mahmoud Abbas disse nesse domingo que o sangue dos que morreram por lutar pelos direitos do povo palestino não vai parar no lixo.




Em seu artigo no Haaretz, o colunista Gideon Levy descreve a maneira como Israel obteve a soberania das cidades em 1948, e como dezenas de milhares de palestinos fugiram além das fronteiras:  "milhares de moradores que receberam a promessa de que seria permitido retornar em alguns dias, uma promessa que nunca foi cumprida, e sobre os pobres “infiltrados”  que tentaram voltar para suas casas e suas propriedades a fim de recolher os restos de suas vidas, e foram mortos ou expulsos pela IDF”. 

Levy ainda declara que o Haatzmaut tem seu lado “escuro”, ou seja, uma história que não foi contada.

Ao ler o artigo no Haaretz , imagino que o interesse dessa defesa, se é que podemos chamar assim, tem base nos direitos humanos ou ainda a busca por um caminho para a convivência pacífica entre judeus e palestinos.  No entanto, não acredito que tal problema possa ser resolvido com uma “conversa amigável” entre as duas partes. 
Sem dúvida, nosso amigo Levy tem suas razões e as expõe com muita destreza. Acredito que ele também quer o melhor para o seu povo.

Aqui no Brasil, ou na América ou em qualquer outro lugar onde a Democracia reina, e isso não é um deboche, acreditamos muito nos direitos humanos, iguais para todos, e, também, porque vivemos num contexto sociocultural  bem diferente dos povos do Oriente Médio. E o nosso maior pecado é justamente julgar e condenar Israel com base no nosso modelo de vida, sem sequer pensar ou procurar entender o panorama histórico daquele território. 

Por certo existe sim uma solução, mas parece-me uma ingenuidade criticar as atitudes, tanto em 1948 quanto nos anos seguintes para preservar  a soberania do Estado Judeu, como se estivessemos lidando com uma crise interna comum e passageira. 

Mas será que se prestarmos atenção na própria palavra Nakba e seu principal significado: catástrofe, catacrisma,  que motiva o povo a lamentar e rejeitar a soberania de Israel em forma de protestos violentos e indignação contra autoridades israelenses, vamos mesmo pensar que um simples diálogo vai resolver o assunto? 

Será que esse “resgate de identidade” de um povo, que foi pauta do artigo vai abrandar tanto ódio e tanto desprezo? Ou teremos que enfrentar um novo-velho problema de aversão a existência de Israel como um povo, como uma nação independente e soberana em sua própria terra?  Seria assim tão simples resolver um problema quando as Leis de Isaac Newton afirmam que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo?

É possível viver em paz se alguém tenta te apunhalar pelas costas? Será mesmo que se dermos as mãos e cantarmos uma linda cantiga de roda teremos mesmo a paz que tanto sonhamos? Ou acordaríamos pela manhã com a casa em chama e nossos filhos mortos com pedaços espalhados por todos os lados? Oh! Alguém pode até me criticar e achar que estou exagerando, mas a história é verídica! 

É fácil criticar quando estamos sentados confortávelmente em nossa poltrona com toda a segurança que nos cerca, a quilômetros de distância das áreas em conflito. Mas os mísseis katiuchas continuam atravessando os céus de Israel.
  
Por sua vez, Mahmoud Abbas também criticou a ação dos soldados israelenses por terem protegido as fronteiras de Israel. 



Talvez ele quisesse que os soldados agissem com mais delicadeza e dissessem: “Por gentileza, seria pedir muito que os senhores não ultrapassassem a fronteira?”



Talvez eles devessem ter dito: “Eu gostaria de informar aos senhores que não é permitida a entrada clandestina no país e por esta razão somos forçados a prendê-los. Por gentileza sigam calmamente naquela direção” E os palestinos diriam;  “Nós lamentamos muito por esse incidente. É por ali? Vamos rapazes!” 


Observando nos textos bíblicos e na própria história moderna encontramos o povo de Israel sendo constantemente ameaçado pelos povos circunvizinhos. Não havia diálogo que impedisse o desejo de exterminar, dizimar, reduzir a pó o povo judeu. Só havia uma maneira de sobreviver: Lutar!  Hoje não é diferente.

Uma das frases que aprecio muito em relação à promessa feita a Abraão que teve seu cumprimento final em 1948 diz assim: Conquistar a Terra Prometida foi um longo e árduo processo! Sim, confirmando a declaração de Gideon Levy houve sim um massacre, houve limpeza, houve guerra, houve mortes, mas também houve uma vitória! Vitória que outorgou o direito de ser reconhecido como Estado de Israel. Não acho que se deve abrir mão desse direito sob qualquer circunstância.

Mas não se enganem, pois as Intifadas, as Nakbas, os ataques aéreos serão constantes, bem como a manipulação da opinião pública contra Israel. Infelizmente são os Sambalates, os Tobias do tempo de Neemias que não ficaram só no passado, mas ainda hoje insistem em atrasar, impedir a reconstrução da cidade.  Ou no caso, rejeitam terminantemente a Independência de Israel.

Mas como diz o próprio texto bíblico de Neemias (2.20): “e vós (que fazeis essas coisas) não tendes partes, nem justiça, nem memória em Jerusalém” e eu completo: não tendes herança em Israel.

Realmente é desoladora a situação daqueles que continuam a procura do seu espaço territorial, situação também vivenciada pelo povo judeu em épocas passadas quando eram jogados de um lado para outro. Mas admira-me o fato da história desses palestinos ser usada como provocação e que eles sejam persuadidos a guerra apenas para fazer média na Mídia, quando seus próprios governos não fazem absolutamente nada para ajudá-los!

Admira-me que o Dia de Nakba seja apenas uma forma de alimentar o ódio, induzir o povo a fazer protestos violentos para que a população seja dizimada, a fim de que o governo palestino possa culpar Israel pelo sangue que escoa pelas ruas em direção ao ralo.


Marion Vaz 


Fotos http://www.google.com.br/

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